PT-MG se irrita com influência de Silveira no governo
Coluna foi publicada no sábado (06)
Lideranças do PT de Minas Gerais estão irritadas com a crescente influência do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, no governo Lula. Na avaliação desses interlocutores, o ex-senador mineiro conquistou uma força “desproporcional”: é presidente do PSD-MG, mas tem respaldo político para incentivar a fritura do presidente da Petrobras, o petista Jean Paul Prates. Nessa briga por espaço, a eventual transferência do petista Aloizio Mercadante do BNDES para a Petrobras torna-se uma “vacina” para Lula. O Presidente encerraria o duelo entre Silveira e Prates em favor do mineiro, sem, contudo, indicar um aliado do ministro para o cargo. Conseguiria, assim, frear parte de sua influência e estancar a intriga interna do PT.
Recordar… Em conversas reservadas, os petistas mineiros lembram que Silveira quase foi líder de Jair Bolsonaro no Senado. Além disso, no cenário de Belo Horizonte, o PSD terá o prefeito Fuad Noman candidato à reeleição, enquanto o PT lançará o deputado Rogério Correia.
…é viver. No PSD, o diagnóstico para a “ciumeira” é o fato de o ministro ter virado o principal articulador político de Lula em Minas. Após coordenar a campanha do presidente no Estado em 2022, agora Silveira monta o palanque de 2026, com Lula à reeleição, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), candidato a governador e ele ao Senado.
Alô. Ainda na quinta-feira (04), o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, telefonou para Prates e garantiu que não trabalha pela sua queda. Mas admitiu que foi sondado por Lula para substituí-lo na Petrobras. Procurado, Mercadante não comentou.
Poliglota. Pré-candidato à presidência da Câmara, o deputado Antonio Brito (PSD-BA) fala fluentemente inglês e francês. Agora, resolveu investir no alemão, e trocou palavras nesse idioma com o colega Marcel van Hatten (Novo) nos bastidores da Câmara. Quem estava ao lado entendeu que o deputado pedia votos.
Investimento. “Marcel, tudo isso é para depois fazer um pedido a você, porque tudo tem um preço. Se eu não fosse candidato a presidente, votaria em você”, brincou Brito, às gargalhadas.
Detetive. O TCU determinou a investigação dos danos ambientais causados pela Braskem em áreas federais de Maceió. A petroquímica já pagou R$ 1,7 bilhão à capital alagoana como indenização pelo afundamento do solo local pela exploração de sal-gema.
No detalhe. Em resposta a uma representação do senador Renan Calheiros (MDB), o ministro Aroldo Cedraz pede ao departamento de meio ambiente do TCU para investigar os responsáveis pelos danos e o cálculo do prejuízo. Sinal de que a indenização ainda pode ser revista. Procurada, a Braskem não comentou até o fechamento desta Coluna.
Aliados. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e a ministra Sonia Guajajara (Povos Indígenas) participam neste domingo (07) do painel “COP 30 e o papel dos vários Brasis para a preservação do meio ambiente”, na 10ª edição da Brazil Conference, em Boston, nos Estados Unidos.
Para ver, ouvir e pensar
Série: Vale o Escrito
Música: Bancarrota Blues, de Chico Buarque
Livro: Trilogia Escravidão, de Laurentino Gomes