Planalto muda critérios para Lula participar de ato público
Coluna foi publicada nesta sexta-feira (03)
O fiasco de público no ato do 1º de Maio causou desdobramentos no Planalto. Daqui para frente, garantem interlocutores, haverá um filtro mais rigoroso para o presidente Lula marcar presença em eventos. Auxiliares reconhecem que o petista ficou com a imagem política fragilizada ao ser fotografado ao lado do vazio, e reclamam que ele deveria ter sido orientado a não comparecer à comemoração do Dia do Trabalhador. O alerta caberia ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, que não o fez e tomou bronca pública. “Eu falei que Lula passaria vergonha. O fracasso da manifestação mostrou a falência do sindicalismo, que se afastou do povo, e o governo também", disse à Coluna o deputado Paulinho da Força, nome histórico do sindicalismo.
CRÍTICAS. Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Juruna, a foto do ato vazio é “ótima”. “Expõe a realidade e obriga o movimento a repensar sua forma de agir”, declarou à Coluna. “O sindicalismo tem que ser amplo, mas não consegue porque os radicais de esquerda acham que é só discurso ideológico”, avaliou.
ASPAS. Juruna também criticou a postura de Lula no evento. “Em vez de passar um pito no Macêdo e pedir votos para o Guilherme Boulos, o que foi um erro grave, Lula deveria ter falado sobre os melhores acordos salariais fechados”, disse.
DE FORA. Figurinha carimbada em reuniões ministeriais, viagens presidenciais e até agendas solo em ministérios e bancos públicos, a primeira-dama Janja foi ausência notada no ato. Sua assessoria de imprensa limitou-se a dizer que ela estava em uma “agenda privada”.
BÊNÇÃO. Para tentar demover a resistência de setores econômicos à sua pré-candidatura, Boulos foi orientado a fazer um beija-mão na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O presidente do Conselho do Serviço Social da Indústria (Sesi), Vagner Freitas, ex-presidente da CUT, ofereceu-se para consolidar a ponte. A estratégia começa já neste mês.
EU ACHO. “O Boulos de hoje é muito mais preparado, conhecedor dos problemas da cidade. Ele é aberto ao diálogo e abandonou radicalismos”, afirmou Vagner à Coluna. Foi ele quem, no passado, apresentou o pré-candidato a prefeito ao presidente Lula.
DIA DO FICO. Antes cortejado pelo PSDB para disputar a Prefeitura de São Paulo, o ex-ministro Andrea Matarazzo decidiu permanecer no PSD e sair candidato a vereador. A decisão foi recebida com festa na cúpula do partido, que vai apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
IN LOCO. O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) foi a campo para emplacar seu assessor Mozart Sales na vice do prefeito do Recife, João Campos (PSB), que tentará a reeleição. Padilha e Campos conversaram sobre o tema nesta quinta-feira (02), quando o ministro representou o Planalto na inauguração de um hospital na capital pernambucana.
...PREPARADO. De acordo com aliados, Padilha fez uma conversa preparatória para um novo encontro entre Campos e o presidente Lula, considerada a única pessoa capaz de convencer o prefeito a ceder sua vice ao PT.
Pronto, falei!
"A transparência é um princípio essencial para a administração pública como um todo e deve ser observada em todos os níveis, inclusive no Poder Judiciário” - Edgard Leite, advogado