Oposição está dividida e quer debate amplo sobre PEC do BC
Coluna foi publicada nesta quinta-feira (20)
No momento em que o governo faz ataques ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e trabalha para derrotar a PEC que dá autonomia financeira à instituição, o novo líder da oposição no Senado, Marcos Rogério (PL-RO), afirmou à Coluna que a bancada quer um debate mais amplo sobre o texto. “Existem posições diferentes na oposição. Vou levar o tema para a próxima reunião e teremos um posicionamento”, afirmou, em sua primeira entrevista após receber o bastão de Rogério Marinho (PL-RN), que tirou licença do Senado para se dedicar às eleições municipais. O líder da oposição assegura, contudo, que a oposição não abre mão da autonomia institucional do Banco Central, conquistada durante o governo Bolsonaro. “Isso é unânime”, disse.
Passo. Rogério diz que vai liderar a oposição pelo período mais curto possível. “Quero voltar à defesa de Rondônia, espero ser um líder temporário.” Marinho deve retomar o posto em 120 dias. “Vou dar sequência ao trabalho dele. Enfrentamento respeitoso ao governo, mas firme.”
Queixa. O líder da oposição aproveitou para fazer cobranças ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. “Compreendo a limitação, ele é presidente do colegiado. Mas falta uma atuação mais firme na defesa das prerrogativas parlamentares”, afirmou.
Explico. Integrante da Executiva Nacional do PT, Jilmar Tatto saiu em defesa dos indicados por Lula para o BC, que votaram para manter a Selic. “É tática para ter uma transição [saída de Roberto Campos Neto do BC] segura, tranquila, normal. Foi nesse sentido”, avaliou à Coluna. Apesar da pressão do PT, o Copom tomou uma decisão unânime.
Encontros. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi recebido na última terça-feira (18), fora da agenda oficial, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. A aliados, Valdemar disse ter tratado de “assuntos do partido”. Procurado, Gilmar não comentou. O decano da Corte é relator da ação do PL no Supremo que pede a validação do marco temporal.
Eu fui. Enquanto Brasil e Israel estão estremecidos no campo diplomático, a embaixada do Estado judeu no País enviou seu porta-voz, Or Shaul Keren, sem convite prévio, à posse do novo presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Silas Câmara. “Orem pelos reféns israelenses”, pediu Keren em discurso.
Histórico. Em outubro do ano passado, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, reuniu-se com deputados da oposição, o que irritou o Palácio do Planalto na época. O País está sem embaixador oficial em Israel.
Aval. O presidente da Câmara, Arthur Lira, dispensou os deputados do Nordeste de comparecerem presencialmente à Casa na semana que vem, quando acontecem as festas de São João. Os deputados gaúchos também poderão registrar presença a distância diante do alerta para novas chuvas no Rio Grande do Sul.
Segue. Aos pares, o presidente da Câmara afirmou que quer o plenário e as comissões em pleno funcionamento até o fim do recesso. Lira corre contra o tempo para entregar a regulamentação da reforma tributária, em tramitação em grupos de trabalho.
Pronto, falei!
"No 3º mandato, Lula ‘soube’ que o gasto tributário transfere 4% do PIB dos pobres para ricos. E acaba de transferir mais R$ 30 bilhões para os irmãos Batista.” - Hélio Zylbersztajn, Economista