O velho “Dirceu” voltou à cena e é assediado para dar palpites
Coluna foi publicada nesta sexta-feira (15)
A festa de aniversário de José Dirceu na noite da quarta, 13, foi o evento mais concorrido da política em Brasília, este ano.
Alijado desse ambiente na esteira do mensalão e do petrolão, ele reuniu 500 convidados. Gente da ala mais à esquerda do PT ao Centrão disputava sua atenção. “Vimos o Zé dos velhos tempos, que dominava as rodas de conversa, para falar do Brasil e dar palpites”, resumiu o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro (Kakay). “Foi a festa da redenção”, concluiu o coordenador do grupo Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho.
Mesmo sem cargo na Esplanada, e despistando sobre a possibilidade de se candidatar em 2026, Dirceu aparece como uma espécie de consultor sobre os rumos da política brasileira, entre os que se alinham ao governo Lula.
Resgate. “Zé Dirceu foi injustiçado e demonizado, mas em sua festa de 78 anos, em pleno vigor, recebeu a redenção. O aplauso foi mais do que merecido”, comemorou Marco Aurélio Carvalho.
Urnas. Os advogados apostam que as pendências judiciais de Dirceu estarão encerradas a tempo de ele concorrer a deputado federal por SP em 2026. “Ele merece isso e tenho certeza de que terá votação recorde”, disse Kakay. Ideia propagada nas rodas repletas de personagens que comemoraram o “enterro” da Lava a Jato nos últimos anos.
Esteira. Apesar de atuar para políticos de diversos partidos, Kakay é envolvido no ativismo petista e foi “lançado” a senador pelo Distrito Federal, em pelo menos quatro rodas de conversa na festa. Ele também foi citado para disputar o governo local. “Deixa o Kakay. Ele tem mais poder que qualquer senador”, brincou o ex-ministro com o amigo.
Afago. Em visita a Pernambuco, o presidente do PSDB, Marconi Perillo, sugeriu candidatura presidencial da governadora Raquel Lyra. Mas o gesto, visto como uma forma de mantê-la na sigla, muniu os adversários. Interlocutores do prefeito do Recife, João Campos, vão usar a informação para evitar aproximação de Raquel com o presidente Lula.
Trator. A executiva nacional do PT interveio no diretório de Curitiba. Cancelou a reunião do próximo dia 07, marcada para decidir sobre apoiar candidatura ou compor chapa com Luciano Ducci (PSB). O ofício informa que a tática eleitoral da cidade será discutida pelo Diretório Nacional.
Interesses. A presidente do PT, Gleisi Hoffman, quer acordo com o PSB, em troca de apoio para candidatura ao Senado, em eventual cassação de Sérgio Moro. O documento é assinado por Humberto Costa, coordenador nacional do GT eleitoral do PT.
Cerco. O senador Ciro Nogueira (PP) apresentou requerimento para ouvir o presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Pietro Adamo Mendes, na Comissão de Assuntos Econômicos. Quer explicações sobre a retenção do pagamento extraordinário de dividendos.
Responsabilidade... “Quem está em julgamento é a Petrobras, a interferência do governo, principalmente do presidente Lula”, disse à Coluna para explicar o motivo de não estender a medida ao ministro de Minas e Energias, Alexandre Silveira, que indicou integrantes do Conselho.
Pronto, falei!
"O projeto Combustível do Futuro, com a obrigação de compra de biometano pela indústria, vai ser responsável por um novo programa: gás para desempregar” - Lucien Belmonte, coordenador do Fórum do Gás