A pesquisa Ipec mostrou que Jair Bolsonaro (PL) leva vantagem sobre Lula (PT) não apenas entre os eleitores mais ricos, mas também entre os de faixa de renda intermediária, de 2 a 5 salários mínimos (de R$ 2.400 a R$ 6.000 mensais). Responsável por cunhar o termo “nova classe média” nos tempos do governo do PT, Marcelo Neri acredita que a preferência por Bolsonaro nesse grupo pode ter relação com a distribuição de benefícios, como o Auxílio Emergencial durante a pandemia, a queda dos preços dos combustíveis e a melhora recente nos indicadores de desemprego. “Embora os programas sociais do atual governo não sejam efetivos no combate à pobreza, porque são desfocalizados, parecem funcionar no quesito eleitoral”, diz.

LETRA. Embora Lula prometa a volta da carne nas refeições, Neri diz que esta classe média é mais identificada com outro C, o da carteira de trabalho, a maior aspiração deste grupo social.

VERANICO. O economista avalia ainda que o maior rival de Bolsonaro pode ser a versão dele de 2020, quando distribuiu sem critério o Auxílio Emergencial. Na época, o grupo que se aproxima da classe C inchou, com pessoas pobres experimentando uma breve melhora. “Talvez Bolsonaro não queira agora confrontar a memória dos tempos do Lula, mas os da ascensão de 2020, que durou pouco, mas existiu.”

MINEIRICES. Enquanto Romeu Zema (Novo) tenta se equilibrar mantendo distância de Bolsonaro – ontem cumpriu agenda em BH –, Alexandre Kalil (PSD) já marcou um segundo compromisso com Lula, na primeira semana de setembro, além do comício desta quinta.

MULHERES. Em aceno ao eleitorado feminino, Rodrigo Garcia (PSDB) incluiu em seu plano de governo a proposta de oferecer consultoria jurídica a mulheres vítimas de violência doméstica. A assistência seria feita após a denúncia, para garantir o afastamento do agressor até um eventual processo de separação. A campanha do tucano tenta aproveitar a fragilidade do rival Tarcísio de Freitas (Republicanos) no eleitorado feminino.

GARUPA. Tarcísio planeja chegar de moto com Jair Bolsonaro ao comício marcado para esta quinta-feira na Farma Conde Arena, em São José dos Campos, onde fará o primeiro ato de campanha. A motociata vai partir do Parque Tecnológico.

GARUPA 2. Aliados de Tarcísio esperam que a aparição reforce o vínculo com o presidente, que sinalizou ao ex-ministro prioridade a SP em seus compromissos na eleição.

CLICK. Janja, mulher de Lula (PT), cinco dias após abrir sua conta no Instagram para o público em geral, postou vídeo com Lu Alckmin (de branco), a ex-primeira-dama de São Paulo, em ato de campanha.

MOBILIZA. Formuladores de políticas públicas, como CDPP e Endeavor, lançaram o movimento “Pra Ser Justo” com diretrizes de uma reforma tributária para o presidente eleito. A linha mestra é a unificação dos tributos federais, estaduais e municipais sobre o consumo em um imposto sobre valor agregado, inspirado no desenho do CCiF para a PEC 110.

MOBILIZA 2. A PEC não teve apoio de Bolsonaro e emperrou. A reforma faria com que os 10% mais ricos pagassem mais impostos e poderia elevar o PIB em 20% em 15 anos.

Pronto, falei!

"Como a democracia corre risco, a posse do Alexandre de Moraes virou um ato político. A ida do Bolsonaro traz alívio. Ninguém vai a uma casa que quer fechar", Paulinho da Força. presidente do Solidariedade.