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Coluna do Estadão

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Colunista

Estado de São Paulo

Lula vai vetar marco temporal e Congresso quer derrubar

Coluna foi publicada nesta sexta-feira (29)

Roseann Kennedy, Eduardo Gayer e Augusto Tenório | 29/09/2023, 09:35 h | Atualizado em 29/09/2023, 09:36

Imagem ilustrativa da imagem Lula vai vetar marco temporal e Congresso quer derrubar
Presidente Lula deve vetar o marco temporal |  Foto: Divulgação/Agência Brasil - Marcelo Camargo

O presidente Lula não tem alternativa a não ser vetar o marco temporal e devolver ao Congresso a briga com o STF. Como antecipou a Coluna, para não ficar com a batata quente na mão, Lula avisou a seus principais interlocutores que vetará a proposta com argumento que convence qualquer político: o eleitorado do PT não aceitaria outra posição.

Ele, no entanto, deixou a base no Congresso livre para derrubar a decisão - iniciativa que o presidente sabe ser inócua, uma vez que será certamente questionada no Supremo. Horas depois da aprovação do texto pelo Senado, na quarta-feira, toda a classe política reuniu-se na casa da ex-senadora Kátia Abreu para festejar o aniversário do senador Renan Calheiros. A festa atraiu ministros de Lula, do STF, senadores e deputados.

FESTEIRA. Kátia Abreu sempre foi uma boa anfitriã e conseguiu, mais uma vez, receber diferentes grupos políticos sem qualquer climão. Calheiros disse à Coluna que pela primeira vez teve um festão de aniversário.

CRÍTICA. Numa das rodas de conversa, comentava-se que faltou habilidade ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para evitar a votação do marco temporal e o desgaste do Parlamento. Quando ele chegou perto, porém, o assunto mudou.

COMBO. Ainda passou pela festa o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que, assim como o aniversariante, é candidato a presidir o Senado em 2025. A votação acelerada do marco temporal no Senado, inclusive, passou pela disputa. Segundo relatos, Alcolumbre teria pressionado o aliado Pacheco a pautar a matéria para atrair senadores bolsonaristas. Para os “renanzistas”, foi tiro no pé.

PIADISTA. Como um candidato retardatário, o advogado-geral da União, Jorge Messias, foi o último a chegar à festa entre os postulantes à vaga aberta no STF. Favorito ao cargo, o ministro da Justiça, Flávio Dino, também citado para disputar a Presidência, brincou que aproveitaria o evento para pedir votos, deixando o eleitorado livre para escolher o cargo.

PAZ. Messias, Dino e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, eram só amor na posse de Luís Roberto Barroso como presidente do STF. Sentaram-se lado a lado, fizeram graça com a disputa velada e selaram o momento com um forte abraço. Um contraste com o clima de cotoveladas dos bastidores.

Imagem ilustrativa da imagem Lula vai vetar marco temporal e Congresso quer derrubar
CLICK - Flávio Dino, ministro da Justiça, com os ministros Jorge Messias (AGU) e Bruno Dantas (TCU), na posse de Luís Roberto Barroso como presidente do STF. Os três são candidatos a ministro da Corte. |  Foto: Divulgação/Wilton Junior - Estadão

FÃS. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi altamente tietado na solenidade de ontem. Com a costumeira discrição, evitou qualquer comentário sobre a sua primeira reunião com Lula.

RECADO. Ao discursar na posse de Barroso, o ministro Gilmar Mendes fez críticas veladas a Jair Bolsonaro na frente de ex-ministros do ex-presidente. “Esta Corte suportou, durante um par de anos, as ameaças de um populismo autoritário, desprovido de qualquer decoro democrático”.

PLATEIA. Acompanhavam a fala, por exemplo, André Mendonça, Tarcísio de Freitas e Fernando Azevedo e Silva, demitido por recusar o alinhamento das Forças Armadas a Jair Bolsonaro (PL).


Pronto, falei!

"O governo sabe que vamos derrubar o veto ao marco temporal, porque isso foi aprovado na Câmara e no Senado com larga vantagem, foi suprapartidário” - Carlos Portinho (PL-RJ), senador

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