Lula tem “bomba-relógio” para desarmar na Polícia federal
Coluna foi publicada no sábado (07)
O presidente Lula terá de desarmar “uma bomba-relógio prestes a explodir na Polícia Federal”, nas palavras de delegados da própria instituição. Os policiais estão insatisfeitos com a maneira como o governo conduz as negociações de reestruturação dos cargos e salários. Às queixas, somam-se fatores políticos.
Interlocutores com acesso aos andares mais altos da PF ressaltam que a corporação foi a “menos contaminada pelo bolsonarismo” na área da segurança pública, “mas não tem o devido reconhecimento”.
A categoria ameaça uma “rebelião”, justamente no momento em que o governo enfrenta uma crise na segurança e depende da PF para atuar no plano de enfrentamento ao crime organizado, lançado às pressas nesta semana.
MÁGOA. Policiais federais já se sentiam traídos, desde junho, quando Lula decidiu devolver a segurança presidencial ao Gabinete de Segurança Institucional.
QUEIXA. “O governo demanda cada vez mais dos policiais federais sem retribuir ou recompensá-los. A gente não tem medo de trabalho, ao contrário. Mas a gente também quer reconhecimento”, disse à Coluna um delegado com acesso à cúpula da PF.
OUTRO LADO. O Ministério da Gestão disse à Coluna que o governo reinstalou a mesa permanente de negociação com os servidores e, no primeiro acordo, garantiu 9% a todas as categorias. Afirmou que começou a debater o reajuste para 2024 de forma setorizada e teve reunião para ouvir as demandas das carreiras policiais no dia 11 de setembro. Os pedidos estão em análise na Secretaria de Relações do Trabalho e será marcado novo encontro.
FREIO. O Ministério da Saúde decidiu reagir às críticas sobre a polêmica apresentação da dança “Batcu” e vai criar uma curadoria para organização e de eventos oficiais da Pasta. A curadoria ficará vinculada diretamente ao gabinete da ministra Nísia Trindade.
SENTIDO. Ainda não há detalhamento dos critérios a serem observados. Se haverá, por exemplo, uma lista de itens a serem cumpridos. Mas, de acordo com informação obtida pela Coluna, a curadoria vai considerar “a adequação das propostas à missão institucional do Ministério”.
ENROLADA. Investigadores da CPMI do 8 de Janeiro avaliam haver elementos suficientes para indiciar Marília Ferreira, aliada do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Eles farão essa recomendação à relatora. A comissão não tomou depoimento de Marília, mas teve acesso a mensagens comprometedoras no seu celular.
CONSTRANGIMENTO. Em reunião esta semana sobre ações para enfrentar a seca no Amazonas, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também foi cobrada por obras na BR-319. O senador Omar Aziz (PSD) chamou Marina de retrógrada e foi aplaudido. Ele reclamou que “o pensamento de hoje sobre a rodovia é o mesmo de 20 anos atrás”.
RESPOSTA. Marina disse, em entrevista, que o projeto é complexo e ainda não atende a todos os requisitos definidos pela área ambiental do governo.
Para ler, ouvir e pensar
Livro: Liderança, Henry Kissinger
Série: Succession, HBO Max
Música: Amizade sincera, Renato Teixeira