Lula recebe alerta de que PP na Caixa pode ferir a “joia” de Jader
Coluna foi publicada no domingo (24)
Estado de São Paulo
O presidente Lula recebeu um alerta de auxiliares: a possibilidade de o PP levar a Caixa Econômica Federal de “porteira fechada” pode impactar o trabalho do ministro das Cidades, Jader Filho, que é irmão do governador do Pará, Helder Barbalho, e filho do senador Jader Barbalho, todos do MDB.
A preocupação se dá na eventual troca de comando na vice-presidência de Habitação do banco, responsável pelo Minha Casa, Minha Vida. Hoje, o cargo está nas mãos da petista Inês Magalhães, que tem boa relação com o ministro.
O temor relatado a Lula é o PP indicar ao posto alguém desalinhado a Jader, e que possa corroer a atuação do emedebista no programa que é carro-chefe da pasta. As outras grandes obras do ministério estão sob o PAC, gerido pela Casa Civil.
IMPASSE. Ceder ou não a Habitação ao PP é justamente o que trava a entrega definitiva da Caixa ao Centrão, negociada na reforma ministerial. A substituição da presidente do banco público, Rita Serrano, por sua vez, já está acertada.
O PT tenta manter Inês Magalhães, mas o PP quer todas as 12 vice-presidências, de olho nos dividendos eleitorais do Minha Casa, Minha Vida.
NADA DISSO. A potencial ameaça ao poder de fogo de Jader é prontamente descartada pelo líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL). Ele afirma que a Caixa tem regramento rígido. Também diz que o partido não sente incômodo com a possibilidade de o PP controlar o banco.
SINAIS. Isnaldo faz questão de elogiar Inês. “Ela é um grande quadro. E foi escolha de Lula, não nossa”, declarou, em sinalização de que é o PT que precisa negociar com o PP a manutenção da vice-presidência da Caixa.
PATERNIDADE. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), foi quem articulou para manter no PL das apostas esportivas o imposto de 18% ainda que o governo aceitasse fechar em 12%. Ele atuou para reduzir de dez para três anos o prazo de outorga.
EXPLICAÇÃO. Lira alegou que agiu para preservar a imagem da Câmara e evitar “especulações maldosas” de que deputados teriam sido cooptados pelo setor. “Se o Senado quiser, que flexibilize”, teria dito aos pares.
RESPOSTA. Para além da questão do marco temporal, o Congresso promete reagir à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que avalizou a desapropriação de terras produtivas que não cumpram a chamada função social.
A bancada do agronegócio já conseguiu reunir as 257 assinaturas necessárias para levar ao plenário pedido de urgência de um projeto de lei que visa justamente proibir esse tipo de desapropriação.
PRESSÃO. O presidente da CPI do Movimento Sem Terra (MST), o deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), vai apresentar ao presidente da Câmara um “pacote de invasão zero no campo”. A lista inicial tem 7 projetos. Um deles classifica como terrorismo atos violentos contra propriedades públicas e privadas.
Outro permite a ação da polícia sem a necessidade de ordem judicial para retomada de propriedades invadidas. Os demais impedem invasores de receber benefícios sociais do governo, inclusive da reforma agrária. “Não tenho dúvidas de que, quando a CPI acabar, vão recomeçar as invasões”, disse Zucco à Coluna.
Pronto, falei!
"O projeto do Estatuto do Nascituro é uma resposta do Legislativo à sociedade, que é amplamente contrária ao assassinato de bebês no ventre de suas mães” - Bia Kicis, deputada federal (PL-DF)
SUGERIMOS PARA VOCÊ:
Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo