Lula faz ofensiva na agroindústria em busca de apoio no campo
Confira a coluna Estadão desta quarta-feira (12)
Estado de São Paulo
Na tentativa de aproximação com o agronegócio, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou emissários em busca de pontes com representantes de produtores de etanol e de biodiesel. Os dois grupos, embora majoritariamente bolsonaristas, como todo o segmento, têm críticas à gestão da política atual e podem ser flancos para a ofensiva petista.
No biodiesel, o setor enfrentou a redução da mistura no diesel comum e pleiteia, entre outros pontos, que o porcentual retorne a 15% no ano que vem. Já no etanol, a prioridade é preservar o RenovaBio, de incentivo a combustíveis não fósseis.
A avaliação em ambos os setores é que Bolsonaro dá mais atenção aos produtores rurais e despreza as pautas que interessam aos industriais do campo.
PISCA. Esses grupos empresariais veem em Geraldo Alckmin, candidato a vice, um porto seguro. Ainda assim, a entrada para o PT no segmento é difícil. Após os primeiros contatos na semana passada, propostas foram enviadas ao comitê de Lula, e a expectativa dos empresários é a de que sejam iniciadas conversas
SEGUNDA MÃO. Diante da resistência de Lula em elaborar cartas para diferentes segmentos, a equipe do ex-presidente que conversa com o agronegócio decidiu recortar e distribuir a entrevista que ele concedeu ao Canal Rural pouco antes do 1º turno.
RECICLAGEM. A ideia é mostrar o que Lula pensa sobre diversos temas, como armas no campo e taxação da exportação. O petista já disse a aliados que "não é carteiro" para escrever aos mais diversos setores, e a sua equipe teve de improvisar uma solução.
SINAL. Aliados de Lula no segmento evangélico defendem que ele faça ao menos uma mensagem a esse eleitorado, para dizer que é contra o aborto e que mudanças na lei sobre drogas é atribuição do Congresso.
SUPEREI. Excluído da aliança de esquerda no Rio, que preferiu apoiar Alessandro Molon (PSB) ao Senado, André Ceciliano (PT-RJ) foi quem fez a ponte entre Lula e o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (União). O PT quer que ele ajude a captar eleitores nas 13 cidades da Baixada Fluminense, região mais populosa do Rio e reduto de Bolsonaro.
CORTE. Nem Michelle escapou da tesoura no Orçamento enviado por Bolsonaro ao Congresso. O programa Criança Feliz, do qual ela foi embaixadora, terá corte de 50% na verba em 2023. Com isso, o número de crianças atendidas deve diminuir de 750 mil neste ano para 455 mil no ano que vem.
ALERTA. A ofensiva de Jair Bolsonaro (PL) no Nordeste no 2º turno ocorreu após um alerta de políticos da região de que o presidente poderia perder os quase 2 milhões de eleitores a mais que teve neste ano em relação ao 1º turno de 2018.
ALERTA 2. Na visão deles, Lula tende a crescer no Nordeste e poderia abocanhar os "novos" votos que Bolsonaro conquistou. Por isso, a campanha do presidente o aconselhou a antecipar os pagamentos do Auxílio Brasil e enviar emissários evangélicos para conter um potencial crescimento do petista.
CLICK. Jair Bolsonaro, presidente da República (PL), participou de ato com o vice, Hamilton Mourão, em Pelotas (RS). Após os dois defenderem mudanças no STF, Bolsonaro recuou e disse que foi invenção da imprensa.
Pronto, falei!
"Muito se fala do Nordeste, se briga pelos votos dos nordestinos, mas até agora nem Lula, nem Bolsonaro apresentaram um projeto de desenvolvimento da região”, Danilo Forte, deputado federal (União-CE)
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Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo