Lula enfrenta campo minado no Congresso e sem Haddad
Coluna foi publicada nesta terça-feira (16)
O presidente Lula está diante de um campo minado no Congresso esta semana. A pauta inclui votações que podem implodir a meta fiscal, se o Centrão recuar nos acordos feitos com o governo antes da escalada da crise envolvendo o ministro Alexandre Padilha e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O maior temor no Planalto é que deputados e senadores recuem nas tratativas e derrubem totalmente o corte de R$ 5,6 bilhões nas emendas de comissão.
Com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no exterior, a tensão governista aumenta, pois fica mais difícil o diálogo com os parlamentares. Resultado: há incerteza, também, sobre os rumos dos projetos de lei da reoneração da folha salarial das prefeituras e do fim gradual do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), tudo na pauta desta semana.
Tensão. O veto do presidente Lula ao projeto que acaba com saidinhas também desagradou à maioria dos congressistas, incluindo a base aliada. E tudo vai se refletir nas pautas de votação das duas casas. A temperatura começa a ser medida nesta terça-feira (16), na reunião do colégio de líderes da Câmara.
Reveses. O governo sabe que sairá derrotado se o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pautar o veto do fim das saidinhas. A fraqueza em pautas caras à esquerda ainda estará em evidência em duas votações: a da PEC das drogas, pautada para esta terça-feira (16) no plenário do Senado; e a do pacote anti-invasão de terra, que deve ser votado na CCJ da Câmara.
Emparedados. Em meio ao clima hostil, ministros que estão na mira da oposição participam de audiências públicas no Congresso: Ricardo Lewandowski (Justiça) e Nísia Andrade (Saúde) Já o ministro da Defesa José Múcio falará à Comissão de Defesa.
Sugestão. O PSD do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, articula com o Planalto uma indicação para a diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O nome da sigla para o cargo é Artur Watt Neto, procurador federal da Advocacia-Geral da União e consultor jurídico da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA).
Padrinho De acordo com relatos feitos à Coluna, o senador Otto Alencar (PSD) encabeça a negociação e enviou o currículo de Watt Neto ao governo. Procurado, o senador não comentou. Pela legislação, o presidente da República faz a indicação à ANP ao Senado, que precisa aprová-la.
Reconhecimento. A senadora Mara Gabrilli (PSD) é primeira personalidade política a receber o prêmio Voz é Vida: Uma vida pela voz. Com isso, ela entra para a lista de homenageados pelo Centro de Estudos da Voz, ao lado de nomes como Tom Zé e Emicida.
Sinais. O presidente do Conselho de Ética da Câmara, Leur Lomanto Júnior (União-BA), se absteve na votação que confirmou a prisão de Chiquinho Brazão. Entre esta terça (16) e quarta-feira (17), Leur definirá entre três deputados sorteados quem vai relatar o pedido de cassação do parlamentar.
Como votaram. Foram sorteados os deputados Bruno Ganem (Podemos-SP) e Ricardo Ayres (Republicanos-TO), que votaram para manter Brazão preso; e Gabriel Mota (Republicanos-RR), que não votou. A definição do relator, por si só, já será uma pista sobre o tom do parecer.
Pronto, falei!
"Em último lugar nas políticas sobre drogas pelo The Global Drug Policy, o Brasil tem a pior lei e terá o pior na sua Constituição, se for aprovada a PEC das drogas.” - William Sampaio, Advogado