Atual ministra do Esporte, Ana Moser deve ser demitida pelo presidente Lula |  Foto: Divulgação/Governo Federal

O presidente Lula (PT) vai repetir com a ministra do Esporte, Ana Moser, o mesmo roteiro adotado para a demissão de Daniela Carneiro do Ministério do Turismo. Em reunião ontem no Planalto, o petista informou à ex-atleta que precisa do cargo dela para acomodar na Esplanada o PP do presidente da Câmara, Arthur Lira.

Ou seja, já deu o aviso prévio à ministra e só não a demitiu porque ainda não fechou as linhas finais do contrato com o PP. A bancada do partido continua insatisfeita com o desenho da pasta ofertada. Quer turbiná-la com o Fundo Nacional do Esporte, vetado por Lula na sanção da Lei Geral do Esporte, para além de levar a Secretaria Nacional de Apostas, que será criada por decreto.

HISTÓRICO. Lula fez com Daniela o mesmo que agora faz com Moser: avisou que precisaria do cargo, ressaltou que não havia decisão até aquele momento e deu mais uns dias de ministério. Depois, entregou a cadeira a um homem que antes apoiava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Um filme que agora se repete.

TRAVA. O imbróglio com o PP que deu sobrevida a Moser também envolve a presidência da Caixa Econômica Federal, aspecto da reforma ministerial que ainda é impasse entre governo, que quer negociá-lo depois, e o partido, que exige a mudança de imediato.

TRAVA 2. E tampouco há consenso no PP sobre a indicação de Margarete Coelho para comandar a Caixa. Uma ala do partido prefere Gilberto Occhi, ex-dirigente do banco sob Temer. E servidores pedem a secretária do Planejamento do Rio Grande do Sul, Danielle Calazans, funcionária de carreira.

ANA FICA. A ONG Atletas pelo Brasil e a Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil (COB) emitiram um desagravo a Ana Moser. “Esporte não é moeda de troca. Nos sentimos envergonhados e desprestigiados, vendo que o esporte no Brasil continua sendo encarado como algo menor”, declara o manifesto.

CICLOS. Licenciado desde dezembro de 2022 por motivos de saúde, o senador Jarbas Vasconcelos, de 81 anos, confirmou sua aposentadoria da vida parlamentar. Ele foi governador de Pernambuco duas vezes e um dos fundadores do MDB. O primeiro-suplente Fernando Dueire assumirá o mandato em definitivo.

DESPEDIDA. O ex-governador de Pernambuco afirma que sua contribuição ao Brasil será dada, de agora em diante, de outra forma, sem especificar como. “Durante e após os meus mandatos, sempre saí de cabeça erguida”, disse em nota.

QUERIDINHO. A constatação de que o Ministério dos Transportes será o mais beneficiado com recursos no Orçamento de 2024 deu uma certeza em Brasília: o ministro Renan Filho (MDB) está em alta conta com Lula, e passa a ser cotado para a vice na próxima corrida presidencial.

NÚMEROS. A pasta garantiu R$ 57,4 bilhões na proposta orçamentária enviada ao Congresso. Isso já representa mais do que o dobro de 2023, sem contar as emendas. O argumento técnico é de que o ministério centraliza mais de 200 obras e projetos de rodovias e ferrovias do PAC.

CLICK. Helder Barbalho, governador do Pará - Com o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair. Eles participaram da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, em Belém. |  Foto: Divulgação/Governo do Pará

Pronto, falei!

"A única vantagem é que não passaremos raiva por conta das péssimas escolhas de ministros” - Valter Pomar, dirigente do PT, ironizando sobre Lula defender voto secreto no STF.