Indicação de Dino respinga na relação de Lira com a oposição
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (29)
Estado de São Paulo
A indicação de Flávio Dino ao STF estremeceu a relação do presidente da Câmara, Arthur Lira, com a oposição. A reclamação é que Dino, ao deixar o Ministério da Justiça, vai escapar da Comissão Geral, uma audiência no plenário da Câmara marcada para 12 de dezembro. O ministro seria cobrado a explicar polêmicas, como as agendas da “dama do tráfico” com secretários da pasta, caso revelado pelo Estadão. Os insatisfeitos dizem que Lira não buscou formas de obrigar Dino a comparecer à Comissão de Segurança Pública: ele faltou a três convocações do colegiado. Ao todo, o ministro foi alvo de 131 requerimentos: 83 convocações, 13 moções, 27 pedidos de esclarecimento ou informações, 7 convites e um pedido de impeachment, mostra levantamento da Coluna.
ÁGUAS… A escolha de Weverton Rocha (PDT) para relator da sabatina da indicação de Flávio Dino ao STF causou surpresa no Congresso, já que os dois são antigos desafetos. Weverton rompeu com Dino em 2022, quando concorreu ao governo do Maranhão com apoio do bolsonarismo. Na época, o ministro apoiou seu antigo vice Carlos Brandão (PSB), que venceu a disputa.
…PASSADAS? A relação de Dino e Weverton é de idas e vindas e, atualmente, é “cordial”, dizem aliados do ministro. na terça-feira (28), Weverton antecipou que seu relatório será favorável à ida de Dino ao STF. Em Brasília, ninguém quer briga com ministro do Supremo.
GOSTEI. O ex-Procurador-Geral da República Augusto Aras afirmou que o presidente Lula fez “escolha acertada” ao indicar Paulo Gonet ao posto que já foi dele. “Tem as qualidades necessárias para chefiar o Ministério Público”, declarou à Coluna.
NADA DISSO. O PT demonstra que não vai desistir de tentar o comando do Ministério da Justiça. Nos bastidores, lideranças da sigla argumentam que Flávio Dino foi escolha pessoal do presidente Lula e não integra a cota do PSB. Nessa avaliação, o PSB não teria direito a indicar um sucessor para Dino, como o secretário-executivo Ricardo Cappelli.
SONHO MEU. O PSB, por sua vez, gostaria de ver Cappelli como ministro da Justiça efetivo. A sigla quer lançá-lo candidato ao governo do Distrito Federal em 2026.
CARTADA FINAL. Negociadores do acordo comercial Mercosul-União Europeia farão uma última reunião técnica na segunda-feira para tentar chegar a um consenso antes da cúpula do bloco sul-americano no Rio em 4 de dezembro. Antes disso, na COP, em Dubai, Lula vai conversar sobre o acordo com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
EU TOPO. O ministro do Turismo, Celso Sabino, pediu que parte dos recursos arrecadados com a criação do mercado regulado de carbono no País seja destinada a projetos que envolvam sua pasta. Em entrevista à Coluna e ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o relator da proposta, deputado Aliel Machado (PV-PR), confirmou que vai atender o pedido de Sabino.
NA VEIA. Machado negocia repassar 5% das verbas do mercado de carbono para o Fundo Geral de Turismo (Fungetur). O porcentual pode mudar, mas a ideia geral é oferecer crédito subsidiado ao setor de ecoturismo.
Pronto, falei!
"Enfrentamos uma crise histórica no sistema penitenciário brasileiro. A resposta à violência tem sido reativa, ineficaz e cara. Cria-se uma distorção do sistema” - Melina Risso, diretora no Instituto Igarapé
"O que ocorre no Rio não é mais crime, é guerra. Precisamos entender que já não é mais questão de segurança pública, já é questão de segurança de Estado” - Márcio Sérgio Christino, procurador de Justiça em São Paulo
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Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo