Haddad sonda Faria Lima sobre indicação à presidência do BC
Coluna foi publicada no sábado (13)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conversou com agentes econômicos sobre o timing para o governo indicar o sucessor do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Em encontros recentes, ouviu de empresários e banqueiros que o limite deveria ser outubro, para evitar um cenário de incertezas e garantir tempo hábil para a transição. O mercado, portanto, concorda com o calendário sugerido por Campos Neto, que afirma querer fazer um processo sucessório suave. Para os agentes econômicos, é preciso previsibilidade e institucionalidade. A avaliação é que, a partir de novembro, seria tarde para o presidente Lula fazer sua indicação, com risco de ruídos. Principalmente se o escolhido for algum nome de fora do BC. O ministro não comenta o assunto.
Cadê? A Faria Lima já precificou os cotados até o momento, mas quer sinalizações concretas para ter segurança sobre o perfil a ser assumido pelo BC, o que dita o humor do mercado. O preferido do setor é Paulo Picchetti, que já integra a entidade, mas Gabriel Galípolo segue favorito. O economista Marcelo Kayath, ex-diretor do Credit Suisse e amigo de Haddad, segue na lista.
Protesto. O advogado Francisco Petros, que representa acionistas minoritários no Conselho da Petrobras, pediu uma reunião para eleger um presidente interino do colegiado, como revelou a Coluna. Ele nega interesse no cargo, como dizem fontes da estatal.
Eu digo sim. “Tomei a iniciativa de propor uma reunião para substituição interina da presidência do Conselho, porque julgo essa função extremamente importante para a companhia, sobretudo no momento em que ela está”, confirmou Petros à Coluna.
Figa. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) pouco tem participado das discussões sobre a eventual substituição de Jean Paul Prates pelo presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Aloizio Mercadante, no comando da Petrobras. Ele não esconde, porém, sua torcida para a cúpula do banco de fomento ser mantida do jeito que está.
É com ele. O BNDES é vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, pasta comandada por Alckmin. Para o vice-presidente e ministro, Mercadante tem feito um bom trabalho e deveria ficar. Com sua tradicional discrição política, destaca, porém, que a decisão cabe somente a Lula.
Decolagem. O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, está em Las Vegas (EUA) para debater a adoção da TV 3.0 no Brasil. O sistema permitirá a integração completa dos canais de TV com a internet, ampliando as funcionalidades para os usuários
Na caneta. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), trocou o relator do projeto de lei que cria o marco legal da energia eólica em alto-mar. Vice-líder do governo Lula na Casa, Weverton (PDT) assumiu a relatoria.
Eita. No Congresso, há acordo informal para manter os relatores quando textos voltam para segunda análise, se sofrerem modificações na Casa vizinha. Desta vez, porém, a tradição foi rompida: o primeiro relator do projeto, Carlos Portinho (PL-RJ), foi preterido por ser oposição.
Para ver, ouvir e pensar
Filme: Mãos Talentosas
Música: Tocando em Frente (Almir Sater)
Livro: Churchill: Caminhando com o Destino (Andrew Roberts)