Haddad cresce na disputa da meta fiscal e pode adiar revisão
Coluna foi publicada na quarta-feira (15)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se fortaleceu no debate interno do governo sobre a meta fiscal e caminha para vencer - ao menos temporariamente - a queda de braço com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. De acordo com fontes do governo, o presidente Lula não deve orientar sua base no Congresso a apresentar uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias alterando a meta de déficit zero para um rombo de até 0,50% do PIB, como queria Costa.
Na prática, Haddad ganha tempo para tentar aumentar as receitas, evitando, assim, que a meta tenha de ser revista. O prazo para apresentação de emenda à LDO se esgota nesta sexta-feira (17). A mudança, se necessária, pode ser feita na tramitação da Lei Orçamentária Anual, em dezembro.
EXPECTATIVA. Após a Coluna revelar o favoritismo de Haddad nessa disputa, agentes do mercado financeiro entenderam que o ministro tem ganhado tempo ao adiar a discussão, como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A notícia é considerada positiva no setor. Investidores focaram ontem na inflação americana, mas o impasse da meta fiscal seguiu acompanhado.
SALDO. O governo teve uma vitória incompleta com a prorrogação da Lei Paulo Gustavo, aprovada na terça-feira (14) pelo Senado. Conseguiu esticar para dezembro de 2024 o prazo para pagar recursos da iniciativa de fomento à Cultura, mas perdeu a autorização para implementar um programa de poupança estudantil para alunos do ensino médio. A medida ficaria fora do arcabouço fiscal.
RESPONSABILIDADE. O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), chamou o trecho de “jabuti” e articulou o acordo para sua retirada do texto final.
PRECAUÇÃO. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) determinou o reforço da segurança pública nas comunidades judaico-israelenses e palestinas de São Paulo. A ordem vem após a prisão de suspeitos de ligação com o Hezbollah, um deles detido no Estado. “A ação tem como objetivo garantir segurança e tranquilidade dessas comunidades”, confirmou a PM à Coluna.
TIETES. O prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), lançou em São Paulo seu livro Uma Cidade na Luta pela Vida: da pandemia ao 8 de Janeiro. O evento reuniu quadros históricos do PT, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. A capa do livro é uma releitura da primeira edição de Macunaíma, de Mário de Andrade.
COMPARAÇÃO. ”Araraquara pariu Macunaíma duas vezes. Na primeira, o Macunaíma de Mário de Andrade. Na segunda, o herói improvável é o hacker de Araraquara”, comparou Edinho Silva.
AFAGO. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, recebeu uma carta em tom festivo de Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo e hoje presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores.
RESULTADOS. O motivo da comemoração: após negociações do MDIC, o México cortou de 38% para 6,74% o chamado direito antidumping aplicado a importações de papel cortado do País.
Pronto, falei!
"Há um potencial imenso para o Brasil priorizar a América do Sul, mas há a preferência de Lula por temas geopolíticos que o Brasil não tem o espaço que gostaria” - Rubens Barbosa, ex-embaixador em Washington
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