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Coluna do Estadão

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Estado de São Paulo

Governo Lula blinda anúncio do caso Marielle de politização

Coluna foi publicada nesta segunda-feira (25)

Roseann Kennedy, Eduardo Gayer e Augusto Tenório | 25/03/2024, 12:18 h | Atualizado em 25/03/2024, 12:17

Imagem ilustrativa da imagem Governo Lula blinda anúncio do caso Marielle de politização
Planalto blindou o anúncio da conclusão do inquérito sobre a morte de MArielle Franco de qualquer politização |  Foto: Divulgação

Quando o ministro Ricardo Lewandowski (Justiça) anunciou a homologação da delação de Ronnie Lessa, e disse à bancada do PSOL que o caso Marielle teria desfecho nos dias seguintes, houve governista defendendo que o próprio presidente Lula deveria fazer o pronunciamento da conclusão do inquérito, ou realizar um ato com a participação de vários ministros. A ideia, porém, não foi adiante. Mais que isso: o Planalto blindou o anúncio, neste domingo (24), de qualquer politização. A ordem foi não desviar o foco da pauta positiva que o resultado da investigação da Polícia Federal traz ao governo.

A aposta palaciana é que haverá um respiro na segurança pública, área muito criticada da atual gestão. Um eventual tom político, dizem interlocutores, traria o risco de reações negativas.

Cautela. O silêncio do presidente Lula ao longo do domingo (24) foi estratégico. Havia dois riscos: inverter a pauta favorável para críticas nas redes, onde já enfrenta problemas de comunicação; e ser cobrado por declarações antigas. Em 2022, Lula atribuiu a morte de Marielle a “gente” do então presidente Jair Bolsonaro.

Histórico. A prisão dos supostos mandantes do assassinato de Marielle e Anderson é importante não apenas para os familiares, mas para o povo brasileiro, avalia o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. “É possível e urgente enfrentar o avanço do crime organizado nas estruturas do Estado”, afirmou.

Marco. Sem citar ninguém, o ministro relacionou o crime ao ambiente político que o País teria vivido sob Jair Bolsonaro. “O atentado contra Marielle e Anderson foi um marco da decadência civilizatória que tomaria conta do Brasil nos anos seguintes”.

Será? O deputado federal Washington Quaquá (RJ), vice-presidente do PT, ainda não está plenamente convencido de que Domingos Brazão mandou matar Marielle. “Não vou dizer que é inocente nem culpado. Não vi ainda provas cabais. Eu o conheço há 20 anos. Será uma surpresa negativa (se estiver envolvido). Foi crime brutal”, disse.

Reação. O Ministério Público junto ao TCU pedirá a suspensão do salário do deputado Chiquinho Brazão, preso e suspeito de mandar matar Marielle. Haverá ainda ofício ao Tribunal de Contas do Rio pedindo afastamento cautelar de Domingos Brazão, igualmente preso, que pode ser aposentado compulsoriamente.

Rota... A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), tem um abacaxi para descascar: unificar a direita para ser candidata ao governo com apoio de Jair Bolsonaro. O senador Izalci Lucas, ex-PSDB, se filia amanhã ao PL com o mesmo projeto.

...de colisão. À Coluna, Celina lembrou que o PL integra o governo Ibaneis Rocha. "A vinda do Izalci é vista por nós com naturalidade", afirmou. Ibaneis deixará o cargo para a vice em 2026 e tentará o Senado. O presidente do PP, Ciro Nogueira, garante que Celina será o nome de Bolsonaro ao governo do DF.

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