Governo falha em barrar CPI da Braskem e contrata nova crise
Coluna foi publicada nesta quinta-feira (07)
Sem ter concluído as trocas nas vice-presidências da Caixa Econômica, acertadas com o Centrão na reforma ministerial, o governo contratou mais uma crise com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). O Planalto não trabalhou para barrar a CPI da Braskem e já projeta sua instalação até o fim do ano. Os depoimentos, porém, devem ficar para 2024.
Lira é contrário à CPI, articulada pelo arquirrival em Alagoas, o senador Renan Calheiros (MDB). O governo também torce o nariz para a ideia de investigar uma empresa que tem a Petrobras como acionista. Para aliados de Lula, uma CPI na reta final do ano é inoportuna com a pauta econômica parada no Senado. Já estão confirmados na nova CPI os senadores Omar Aziz (PSD) e Efraim Filho (União).
FOCO. A CPI da Braskem pretende se debruçar sobre o acordo de indenização assinado pela petroquímica com a prefeitura de Maceió. O prefeito do município, João Henrique Caldas (PL), é aliado de Lira.
AZEDOU. O Planalto vê a relação do Brasil com a Venezuela no seu pior momento. Apesar da afinidade com o regime de Maduro, o governo Lula já avisou ao país vizinho que não apoiará qualquer incursão militar sobre a Guiana, muito menos a violação da integridade territorial brasileira para a passagem de tropas.
INCERTEZA. A liderança regional do Brasil para mediar a escalada de tensões na região e evitar um conflito, por sua vez, depende do interesse das duas partes em encontrar uma solução, afirmou à Coluna um auxiliar direto de Lula. Uma nova visita a Caracas de Celso Amorim, assessor especial da Presidência, está descartada neste momento para não soar ingerência política.
NA MANGA. A oposição ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), avisa que vai ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a privatização da Sabesp. Vai argumentar que a desestatização só poderia ser feita por Proposta de Emenda à Constituição (PEC, que requer 57 votos em dois turnos), e não por projeto de lei (que exige apenas 48 votos de deputados estaduais).
BASTA 1. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) vai denunciar o economista Paulo Nogueira Batista Jr. ao Ministério Público Federal por antissemitismo, após ele afirmar nas redes sociais que o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, é uma “nulidade” e foi indicado ao cargo com apoio do "lobby judaico".
BASTA 2. “Ele ainda fez em suas redes comparação entre o símbolo judaico da estrela de David e a suástica nazista”, diz a Conib, em nota antecipada à Coluna. O economista não comentou.
IMPASSE. O ministro da Educação, Camilo Santana, avisou a aliados que não abre mão de uma carga horária mínima de 2,4 mil horas para a formação básica no novo ensino médio. O relator da proposta na Câmara, Mendonça Filho (União-PE), por sua vez, já avisou que seu teto são 2,1 mil, só 300 a mais que a lei atual.
SEM PAPO. Diante do impasse, a bancada governista estuda retirar o pedido de urgência constitucional do projeto, que tranca a pauta da Câmara na próxima terça-feira. O temor é que Mendonça Filho vença a disputa pela carga horária se o texto for votado em plenário.
Pronto, falei!
"O STF deve fazer a coisa certa e resgatar a Lei das Estatais. Os governos Temer e Bolsonaro conviveram em paz com ela, sem qualquer tentativa de derrubá-la” - Sergio Moro, Senador (União-PR)