General Heleno ativa modo ‘não sei de nada’ e silencia sobre Cid
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (13)
Estado de São Paulo
O general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, disse a interlocutores que, por ora, manterá silêncio em relação às informações de que ele seria citado na delação premiada acertada pelo tenente-coronel Mauro Cid com a Polícia Federal.
Heleno, que foi um dos mais próximos auxiliares do então presidente Jair Bolsonaro e esteve no governo do primeiro ao último dia, também adotou o modo “não sei de nada”. A ex-assessores, ele nega ter informações sobre as atividades de Cid, sobre cartões de vacina ou planos golpistas apócrifos. A exemplo de outros militares que atuaram no Planalto na gestão Bolsonaro, o general tem evitado exposição pública desde que deixou o cargo.
QUEIXAS. No entendimento desses militares, existe um “movimento” para prender Jair Bolsonaro e constranger seus assessores mais próximos, impulsionado pelo revanchismo e pelo protagonismo judicial do Supremo Tribunal Federal (STF). E concluem: “É melhor não provocar”.
DRIBLE. Sem espaço para pautar a convocação do ministro da Justiça, Flávio Dino, na CPMI do 8 de Janeiro, a oposição quer convocá-lo na Comissão de Comunicação da Câmara.
O autor do requerimento é o deputado Bibo Nunes (PL-RS). Ele cobra explicações sobre o sumiço das gravações das câmeras de segurança da pasta no dia dos ataques. Dino enviou à CPMI imagens de quatro câmeras, a despeito de a estrutura contar com 185.
ESFORÇO. A oposição trabalha como nunca para conseguir os votos até o início da sessão, hoje, às 14 horas. Mas a base governista tem a maioria no colegiado.
FICA. O PSDB nacional não vai afastar o atual presidente do partido, o governador Eduardo Leite (RS), nem os demais membros da Executiva Nacional.
Como antecipou a Coluna, o departamento jurídico da legenda avaliou que a decisão da juíza Thais Araújo Correia, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), determina nova eleição dos membros em 30 dias, mas não a destituição do atual comando da legenda.
CALENDÁRIO. Os advogados também dizem que não está clara a extensão da nulidade dos atos da Comissão Provisória presidida por Leite. Indagam que, se tudo que foi feito na gestão de Leite for cancelado, “a sigla estaria acéfala e sem ter como seguir com a gestão administrativa”.
ESPERA. Como é preciso notificação formal e há prazos na Justiça, o PSDB crê que a convenção terminará ocorrendo na data programada em novembro mesmo.
NOS DETALHES. As ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente) estão numa caçada aos jabutis no Projeto de Lei do marco temporal. Elas argumentam que propostas apensadas pioraram o que já consideram péssimo.
Conversaram com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e querem reunião com o relator do texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Marcos Rogério (PL-RO). Entre os assuntos anexados no projeto, a flexibilização da política de não contato com povos isolados e a autorização para garimpo em terras indígenas são os pontos que mais preocupam.
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Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo