Forças Armadas preparam reação à ofensiva do governo
Coluna foi publicada no sábado (15)
Estado de São Paulo
A cúpula das Forças Armadas não gostou nada de ver a ministra do Planejamento, Simone Tebet, sugerir uma revisão do Sistema de Proteção Social dos Militares no âmbito do ajuste fiscal. No mesmo dia, o ministro Vital do Rêgo Filho, do Tribunal de Contas da União, fez alertas sobre a fatia do Orçamento gasta com a caserna. Insatisfeitas, as tropas preparam uma reação política. Vão acionar interlocutores junto ao governo e ao Congresso para apresentar seus argumentos. Uma "apostila" de 25 páginas de contrapontos está pronta. Para os militares, peculiaridades da carreira como o "estilo de vida nômade", a falta de jornada de trabalho definida em missões e a inexistência de FGTS a servidores justificam um sistema de proteção social diferenciado e exclusivo.
Aqui não. Interlocutores de duas das três Forças Armadas defenderam à Coluna que a caserna deu sua "cota de contribuição" ao ajuste fiscal em 2001, quando foi extinta a pensão para filhas solteiras após a morte do militar. Já em 2019, o encargo para pensão militar subiu de 7,5% a 10,5%, cobrado de todos os inscritos no sistema de proteção próprio.
Argumento. "O regime jurídico distinto que rege os militares não implica privilégios imerecidos, ao contrário, visa apenas mitigar desvantagens impostas a esses profissionais pelas desvantagens da profissão", diz a "apostila", à qual a Coluna teve acesso.
Estudos. O PSDB vai oferecer um curso de três dias para seus pré-candidatos nessas eleições. O intensivo inclui um módulo sobre campanha nas redes sociais, o grande gargalo de políticos para além da direita. A sigla calcula que terá cerca de 1.200 candidatos a prefeito e 900 a vice.
No mapa. Disposto a recuperar pontos na popularidade do governo federal, o presidente Lula orientou seu gabinete a planejar viagens oficiais a redutos bolsonaristas, incluindo Estados do Centro-Oeste e Norte do Brasil. A ideia é retomar as agendas pelo interior do País com alguma regularidade, talvez quinzenalmente.
Fantasia. De acordo com interlocutores, Lula não quer viagens com carimbo eleitoral em ano de disputa nos municípios, para evitar ruídos de utilização da máquina pública em prol de aliados. Ainda que, é claro, seus candidatos estejam muito dispostos a tirar proveito das viagens. E o próprio Lula não tire 2026 de vista.
Dureza. Um importante ministro do governo confessou à Coluna que a semana em Brasília foi de "esquecer para sempre". "Andamos 15 casas para trás", confessou o auxiliar do presidente Lula, sobre a sequência de derrotas políticas sofridas pelo Planalto.
Desembarque. O deputado federal Fausto Pinato, presidente municipal do PP em São Paulo, defende que o partido deixe a campanha à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e apoie Pablo Marçal (PRTB). Pinato quer o deputado estadual Delegado Olim na vaga de vice do ex-coach.
Vai que. "Levaremos o pedido ao presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, disse Fausto Pinato à Coluna. Nos bastidores, Nogueira já afirmou que deseja ficar na aliança de Nunes e do PL de Jair Bolsonaro.
Para ver, ouvir e pensar
Filme: Oppenheimer (Amazon Prime)
Música: Epitáfio, Titãs
Livro: Trilogia Getúlio, Lira Neto
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Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo