Esquerda do PT pede saída de Múcio e Juscelino
Coluna foi publicada no sábado (09)
Estado de São Paulo
As trocas ministeriais promovidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acomodar o Centrão na equipe provocaram fortes críticas nas fileiras do PT.
A tendência Articulação de Esquerda, por exemplo, chamou a mudança feita por Lula de “contrarreforma”, fez um desagravo a Ana Moser - demitida do Ministério do Esporte - e pregou a saída de Juscelino Filho (Comunicações) e José Múcio Monteiro (Defesa). Uma resolução da corrente classificou como “grave erro” a escolha de André Fufuca (PP) para o lugar de Ana Moser e de Sílvio Costa Filho (Republicanos) para Portos e Aeroportos.
Os dois são nomes do Centrão. Costa Filho substituirá Márcio França (PSB), que vai comandar o Ministério da Pequena e Média Empresa, ainda a ser criado.
IDEOLOGIA. Sob o argumento de que a estratégia de Lula dá ao Centrão “musculatura” para enfrentar o PT nas eleições de 2024, a resolução cobra um “ministério à esquerda” do atual.
CAMINHO. O deputado Ricardo Salles (PL-SP) definiu a linha mestra do relatório final da CPI do MST: vai incriminar os líderes do movimento e separar a atuação de assentados. “É preciso fazer distinção. Uma coisa são as pessoas necessitadas, arregimentadas pelo MST. Os atos criminosos estão a cargo dos líderes”, afirmou o parlamentar à Coluna.
DIFERENÇA. Salles disse que o relatório da CPI deixará claro não ser contra o MST em si. “O problema é a criminalidade e a injustiça que os líderes cometem e que, muitas vezes, levam os assentados a se envolver nos atos ilícitos”, insistiu o relator. “Eles impõem essa situação a pessoas que já estão fragilizadas”, disse.
ALERTA I. Mesmo com os malabarismos para a aprovação do arcabouço fiscal e as medidas de aumento da arrecadação, o País caminha para grave situação nas contas públicas, que pode inviabilizar qualquer crescimento econômico nos próximos anos.
ALERTA II. Após o governo arrecadar todos os impostos e pagar todas as despesas neste ano, a projeção feita por economistas, com base em dados do próprio Executivo, é de que haja um déficit de R$ 130,2 bilhões em 2023. No ano passado, as contas fecharam no azul em R$ 54,1 bilhões.
ENTÃO TÁ. Irritado com a entrada de seu partido, o Republicanos, no governo Lula, o senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão avalia migrar para o Novo. Mas a cúpula do Republicanos avisou que, apesar de Silvio Costa Filho assumir Portos e Aeroportos, o partido ficará “independente”.
REARRANJO. A nomeação de André Fufuca no Ministério do Esporte abre espaço para o novo líder do PP na Câmara. E o partido já tem um preferido: trata-se de Dr. Luizinho, secretário de Saúde do Rio. Ele deve pedir demissão nesta segunda-feira para reassumir o mandato.
OBSTÁCULO. Dr. Luizinho é ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A alternativa para a liderança do PP seria o deputado Mário Negromonte Jr. (BA), mas ele enfrenta resistência da ala mais bolsonarista.
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Série: EUA: A luta pela liberdade.
Livro: Liderança em tempos de crise, de Doris Kearns Goodwin.
Música: A Lista, de Oswaldo Montenegro.
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