Disputa em Alagoas motivou quebra de acordo sobre taxa
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (05)
A disputa política em Alagoas motivou o senador Rodrigo Cunha (Pode-AL) a fazer um movimento arriscado: quebrar o acordo firmado entre Câmara e Planalto, e retirar do projeto do Mover, programa voltado às montadoras, a taxação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50 (R$ 264,46), a "taxa da blusinha". A decisão surpreendeu o mundo político e subiu a temperatura em Brasília. Pelo acordo, o Congresso iria aprovar e o presidente Lula, sancionar o texto. Os ventos passaram a mudar um dia antes. O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), telefonou ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e avisou que havia escolhido Cunha para vice na eleição municipal. Lira gostaria de indicar um aliado para a vaga, de olho na provável renúncia de JHC em 2026.
Jogo... De quebra, o prefeito de Maceió sinalizou que pode disputar o Senado, vaga pretendida por Lira. O rompimento foi inevitável. De um lado, Lira, com a pecha de apoiador do imposto. De outro, JHC e Cunha, que usará a imagem de “defensor das blusinhas” na eleição. Até hoje, os três estavam alinhados para rivalizar com o clã Calheiros em Alagoas.
...pesado. Com a costura, Cunha deve renunciar ao mandato ao Senado e deixar a cadeira para sua suplente, Eudócia Caldas, mãe de JHC. Ou seja, o prefeito ganha uma vaga familiar no Senado, tira o senador Cunha de uma possível candidatura à reeleição, e ainda deixa no colo de Lira (seu possível rival em 2026) o ônus da taxação, uma pauta impopular.
Alô. Furioso com a quebra de acordo, Lira telefonou para o ministro Fernando Haddad (Fazenda), em viagem ao Vaticano. Ouviu que a Fazenda não pediu nenhuma mudança no parecer.
Partiu. O ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira embarca nesta semana para a Rússia, país que está em guerra com a Ucrânia. Vai participar do encontro de chanceleres do Brics.
União. Procurador-geral da República, Paulo Gonet fez nesta terça (04) um gesto pela composição entre diferentes alas do Ministério Público Federal ao nomear coordenadores das Câmaras de Coordenação e Revisão, espécie de turmas temáticas.
Equilíbrio. Gonet anunciou a subprocuradora Lindôra Araújo, ex-braço direito do ex-PGR Augusto Aras, à frente da Câmara dos Direitos Sociais. Para o grupo de Meio Ambiente, escolheu Luiza Frischeisen, que foi opositora de Aras na PGR. As duas, porém, têm boa relação com Gonet, que tenta manter independência no MPF. Bem-vista entre procuradores, Luiza liderou a lista tríplice entregue ao presidente Lula para o comando da PGR.
Mudança. O Exército formalizou a decisão de dobrar o limite de armas, de duas para quatro, que Policiais Militares podem comprar depois de aposentados, como revelou a Coluna na semana passada. Os inativos também estão liberados de devolver o fuzil comprado na ativa, mas a aquisição desse tipo em inatividade segue vedada.
Partiu. “Quem estiver na ativa e comprar um fuzil, o que é seu direito, poderá levá-lo quando for para a inatividade”, afirmou à Coluna o deputado Alberto Fraga (PL), que costurou o acordo para a flexibilização entre governo Lula, bancada da bala e Exército.
Pronto, falei!
"O ataque de drones a Israel mostrou uma postura regional mais ativa do Irã. E há um desejo de continuidade dessa política, sem abertura para reformismo.” - Rodrigo Amaral, Professor de Relações Internacionais/PUCSP
"O Irã é um Estado teocrático, e o papel do presidente no contexto iraniano é muito contido. O presidente é só um executor, não é aquele que toma as decisões.” - Leonardo Trevisan, Professor de Relações Internacionais/ESPM