Centrão quer mais 10 bilhões em emendas para aprovar arcabouço
Coluna foi publicada no domingo (13)
Frente à letargia do presidente Lula em deflagrar a reforma ministerial, lideranças do Centrão apresentaram uma outra fatura ao governo para aprovar o arcabouço fiscal na Câmara: mais R$ 10 bilhões em emendas parlamentares.
O Palácio do Planalto vê o fim de agosto como limite para o texto passar sem trazer grandes dores de cabeça à equipe econômica na formatação do Orçamento. O dinheiro visado pelo Centrão viria da própria lei do arcabouço, que prevê - ao menos da forma como passou no Senado - um dispositivo que dá folga de R$ 40 bilhões para o Orçamento de 2024.
Parlamentares, portanto, querem um quarto desse valor para aprovar o marco fiscal com o dispositivo, mesmo sem as mudanças da Esplanada neste momento.
QUASE CERTO. O espaço extra no Orçamento foi um pedido do Ministério do Planejamento e possível por emenda do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues. Essa é a única das quatro inseridas pelo Senado no arcabouço fiscal que tem maior viabilidade de ganhar a chancela da Câmara. O relator, deputado Cláudio Cajado (PP), defende retomar o texto original.
EUFORIA. A base de Lula na CPI do MST planeja uma manifestação festiva, com convite a celebridades de esquerda, no depoimento do líder sem-terra João Pedro Stedile, ainda sem data marcada. A comemoração é porque o Planalto agora tem maioria no colegiado.
CAUTELA. Algumas lideranças governistas, porém, alertam que o cenário não é consolidado e pode mudar, caso o Centrão não se sinta contemplado com a reforma ministerial.
SOLUÇÃO. Uma ala do PT passou a defender a criação de mais dois ministérios para abrigar o Centrão sem ferir de morte
Os aliados da eleição. Para um deputado da sigla, o desgaste de engordar uma Esplanada já inchada com 37 pastas é administrável
QUEBRA. Nesse desenho, o Ministério dos Portos e Aeroportos seria divido em dois, e o Ministério da Micro e Pequena Empresa, recriado. Márcio França (PSB) passaria a cuidar só de Portos, e André Fufuca (PP-MA) ficaria com Aeroportos. Já Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) herdaria a outra pasta, que hoje é só uma secretaria do Ministério do Desenvolvimento, comandado pelo vice-presidente Alckmin.
NÃO ROLA. O problema é que Centrão e PSB não gostam da ideia. PP e Republicanos querem ministérios de mais peso. E, para os socialistas, ver suas pastas desidratadas também é derrota.
MINISTRO... A Câmara vai pautar um esforço concentrado para votar projetos de energia renovável. A iniciativa aqueceu a fritura do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, criticado por uma suposta distância do tema.
...SEM ENERGIA. O deputado Danilo Forte, da Comissão Temporária de Transição Energética e relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024, foi ao ministro Fernando Haddad (Fazenda) tratar do tema. “Haddad mostrou compromisso com a energia renovável, após uma enorme omissão da pasta competente”, afirmou.

Pronto, falei!

"Lula lançar o PAC antes de aprovar o arcabouço é dizer que o arcabouço é comédia. É sopa de cifras. Primeiro arcabouço, depois o que couber nele”, afirmou Ciro Nogueira, senador e presidente do PP.