Assessor de Lira investigado volta a circular por Brasília
Coluna foi publicada no domingo (20)
Depois de o governo Bolsonaro e a pandemia esfriarem os hábitos noturnos em Brasília, a noite na capital do País voltou a esquentar em jantares que definem o futuro dos brasileiros.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) é adepto da prática e teve um encontro fortuito com uma figura que andava sumida das rodas públicas. Ciro chegou a um restaurante na área central de Brasília, nesta semana, no momento em que tocava a música do filme O Poderoso Chefão. Quando se ouviam os últimos acordes da trilha sonora do famoso longa-metragem sobre mafiosos, apareceu Luciano Cavalcante, ex-assessor do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O pivô do escândalo dos kits de robótica investigado pela Polícia Federal.
ACASO. Luciano jantava acompanhado de uma mulher, viu Ciro Nogueira e foi ao seu encontro. O senador estava com Fábio Faria, ex-ministro das Comunicações de Bolsonaro, e o deputado Hugo Motta (PB), líder do Republicanos. Os quatro conversaram rapidamente. Faria hoje trabalha para o BTG Pactual e Motta é da tropa de choque de Lira.
COMO VAI? De volta à sua mesa, o ex-assessor de Lira teve seu jantar romântico interrompido por diversas vezes pelos políticos que entravam e saíam do restaurante. Foi um “beija-mão” só reservado aos influentes em Brasília, cientes do poder da figura. As noites de Brasília são capítulo à parte do fazer política do País.
GAFE. No restaurante, Ciro cruzou com a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB). Cumprimentou jornalistas que a rodeavam, mas ignorou a presença da tucana. Raquel sorriu com o deslize.
APELO. Antes de ser obrigado pela Justiça a recuar do cancelamento dos livros didáticos oferecidos pelo MEC, o secretário de Educação de São Paulo, Renato Feder, foi pessoalmente ao Ministério Público Estadual (MP-SP) tentar convencer o órgão a apoiá-lo.
REPRESENTANTE. Para comparecer ao MP, ele “deu bolo” em quatro entidades que o esperavam na secretaria justamente para discutir o cancelamento – que era fato naquele momento – dos livros didáticos. Quem o representou na reunião foi o secretário executivo, Vinícius Neiva.
POSITIVO. Feder esteve na sede do MP-SP na tarde do último dia 10, uma semana após a Procuradoria abrir inquérito para investigar sua decisão sobre os livros. O encontro não consta da agenda do secretário. Procurada pela Coluna, a pasta confirmou a ida à sede do MP, mas não informou sobre o interlocutor nem a pauta. O MP não respondeu.
BOA COMPANHIA. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso elogiou a concorrência para Melhor Longa-Metragem Documentário no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. “Produção cultural e processo democrático precisam andar lado a lado... Por isso, é muito animador ver produções que aprofundam a discussão deste tema tão central à vida institucional do País”. O Presidente Improvável, produzido pela Giro Filmes, conta a história de FHC e disputa com produções sobre Orson Welles, Clarice Lispector, Eduardo Kobra e outro a respeito da Vaza Jato. A premiação será no dia 23.

Pronto, falei!
"Um crime bárbaro ceifou a vida de mãe Bernadete. Esperamos que o crime seja rapidamente investigado e os criminosos, processados e presos”, afirmou Luiza Erundina, deputada federal (Psol-SP).