Após pesquisa, Bolsonaro volta a Minas Gerais atrás de eleitoras
Coluna publicada neste sábado no jornal A tribuna
Estado de São Paulo
Disposto a conquistar votos femininos, Jair Bolsonaro (PL) deve voltar a Minas Gerais na próxima sexta-feira, junto com a primeira-dama, Michelle, para um encontro chamado “Mulheres pelo Brasil” em BH, de forte apelo religioso. Até o 1º turno, a campanha tentará ainda mais uma agenda no Estado, que se tornou a principal arena desta eleição.
Bolsonaristas se entusiasmaram com o avanço do presidente em Minas, mostrado no Datafolha - a diferença entre Bolsonaro e Lula (PT) caiu de 17 para 10 pontos em uma semana. Aliados de Romeu Zema (Novo) acreditam que funcionou a tática do governador em lembrar a crise econômica do PT sem, contudo, se opor a Lula, com quem Zema divide a preferência do eleitor no Estado.
SÓ ELE. Alexandre Silveira (PSD), que subiu nas pesquisas na disputa ao Senado em Minas, tem explorado à exaustão a fórmula de se mostrar com Lula - e distante do PT. Em comício em Montes Claros, na última quinta-feira, apareceu com um boné vermelho onde se lia apenas o nome do presidenciável. Lula também deverá estar em Minas no dia 23, em Ipatinga.
FIÉIS. Uma das responsáveis pela organização do ato de mulheres com Bolsonaro no dia 23 é Ale Portela, filha do vice-presidente da Câmara, Lincoln Portela (PL-MG), que é evangélico. Ele diz que uma das principais estratégias da campanha bolsonarista em Minas é conquistar conservadores.
CATEQUESE. “Uma grande oportunidade para você que é pró-vida, pró-família e contra as drogas demonstrar seu apoio às nossas bandeiras!”, diz descrição do evento.
CLICK. Dilma Rousseff, ex-presidente da República (PT), teve momento de destaque em comício realizado em Porto Alegre, onde discursou, apesar de a campanha de Lula vê-la como potencial foco de rejeição.
VIP. Jair Bolsonaro não planeja viajar com membros de sua campanha no avião da FAB que o levará a Londres e a Nova Iorque na semana que vem. Além da equipe da diplomacia e de segurança, o Presidente deve levar Eduardo Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle.
ECONÔMICA. Chefe de comunicação, Fabio Wajngarten avalia pagar a viagem do próprio bolso para seguir em avião de carreira. Sem cargo no governo, sua viagem teria de ser bancada pela campanha, que alega não ter dinheiro. Outro membro ativo da campanha, mas com crachá, o ministro das Comunicações, Fabio Faria, prevê encontrar com Bolsonaro apenas nos EUA.
CORTINA. A campanha espera ganhos políticos com as viagens, mas teme questionamento do TSE, pois a viagem será bancada com dinheiro público por se tratar de agenda oficial. Assim, tentam evitar a associação.
CHUMBO. Os que defendem que Fernando Haddad (PT) siga atacando Rodrigo Garcia (PSDB) na reta final têm dois diagnósticos. O primeiro é o de que é preciso, a todo custo, evitar que o tucano vá para o 2º turno - a rejeição de Haddad é maior, o que pode ser decisivo na final.
CHUMBO 2. O segundo é a avaliação de que de nada adianta uma trégua com o PSDB com vistas a um eventual apoio no 2º turno. No máximo, Garcia ficaria neutro, mas nunca apoiaria o PT, de quem sempre foi oposição. Mesmo contra Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo