Ministros sofrem para serem recebidos por Lula
Coluna foi publicada nesta sexta-feira (17)
Não se sabe exatamente o que Lula faz fora das aparições midiáticas, mas, a 45 dias de encerrar o primeiro ano do terceiro mandato, o numeroso ministério não consegue agendar despachos privados com o Presidente. Apenas cinco foram mais recebidos nos 320 dias de governo: Flávio Dino (Justiça), 11; Rui Costa (Casa Civil), 12; Haddad (Fazenda), 15; Alexandre Padilha (Relações Institucionais), 15; e Mauro Vieira (Relações Exteriores), turbinado pelo conflito em Gaza, 16.
Me erra
Com mais de dois meses no cargo, Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) está invicto: nunca conseguiu despachar com Lula.
Oi, tchau!
A deslumbrada Anielle Franco (Igualdade Racial) e outros cinco, após muito esforço, conseguiram ver o chefe. Mas só uma vez.
Esquecido
Márcio França não viu nem a sombra do chefe desde que foi rebaixado para comandar a pasta de Micro e Pequena Empresa.
Pauta secundária
Com onda de calor, seca no Norte e inundações no Sul, Lula não vê necessidade de receber Marina Silva (Meio Ambiente): só duas vezes.
Gonet na PGR mostra a força de Gilmar e do STF
A escolha do subprocurador Paulo Gonet para chefiar a Procuradoria-Geral da República (PGR) mostra força política do ministro Gilmar Mendes, que o indicou, e o desejo do presidente Lula (PT) de manter relações muito próximas com a Corte que o descondenou, viabilizando sua candidatura. Gonet foi reforçado pelo apoio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde atuou como procurador-geral eleitoral na Corte que exerceu papel fundamental na derrota de Jair Bolsonaro, em 2022.
Onipresença
Jurista admirado, Gonet é co-autor de livro com Gilmar, ensina no IDP do ministro e atua no mesmo escritório de advocacia de sua esposa.
Gonet é o cara
Candidatos à PGR, como o subprocurador Luiz Augusto dos Santos, que Lula preferia, já foram informados de que Gonet é o cara.
Sonho bolivariano
Lula quer mais: atenderá sempre ao STF esperando viver o sonho de uma corte bolivariana, como na Venezuela, braço auxiliar da ditadura.
Brasil chupando dedo
A incompetência do chanceler Mauro Vieira ficou patente ontem com a resolução sugerida pela “potência mundial” Malta, no Conselho de Segurança da ONU, sobre o conflito em Gaza. O Brasil fracassou, mesmo presidindo o conselho por um mês. Que vexame.
Hábitos perigosos
O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) também foi bloqueado nas redes por Flávio Dino (Justiça). O ministro não quer fiscalização, “como acontece nas ditaduras que ele e seu chefe Lula idolatram”, diz.
Xô, companheirada
Entre os momentos “virais” da visita do presidente chinês Xi Jinping aos EUA, não repercutiu na imprensa por aqui, o vídeo dos gritos da assessoria de Joe Biden para jornalistas deixarem a sala de reunião.
Mais impeachment
O tapete vermelho para a dama do tráfico rendeu mais um pedido de impeachment de Flávio Dino: Julia Zanatta (PL-SC) diz que o ministro da Justiça “não possui requisitos mínimos” para exercer o cargo.
Ranking da transparência
O Radar da Transparência coloca nos melhores índices do País as Assembleias Legislativas do Pará (82,84%), Rondônia (79,24%) e Distrito Federal (75,76%). No fim da lista, Bahia, Roraima e Amapá.
Ramo em extinção
A Livraria Galileu, da rua do Catete, nº 347, no Rio, fechará as portas em razão das dificuldades do setor e da idade avançada do proprietário (e herói da resistência), de 93 anos.
Esvaziou, acabou
Sem previsão de ouvir mais ninguém, a Câmara Legislativa do DF marcou para o dia 29 deste mês a leitura e votação do relatório da CPI que apura os atos de vandalismo ocorridos em 8 de janeiro.
Bermudão liberado
O calorão que maltrata o País mudou o dress code do funcionalismo da cidade do Rio de Janeiro. A prefeitura liberou o uso de bermudas na altura do joelho para servidores municipais. Vale até 31 de março.
Pensando bem...
...é como dizem, cada um tem a meta que merece.
"Temos um governo que trabalha para impedir o povo de trabalhar” - Deputado Messias Donato (Rep-ES) define a portaria do atraso do Ministério do Trabalho
Poder sem pudor
Cupim no baralho
Figuraça folclórica em Florianópolis, onde virou nome de rua, o ex-assessor da Assembléia catarinense Alcides Ferreira era coletor de impostos em Indaial quando, endividado na jogatina, apostou com um juiz os móveis da coletoria e perdeu. Respondeu por telegrama ao então governador Udo Deeke, que o interpelara furioso sobre o sumiço dos móveis: “Exmo sr. Governador. Móveis coletoria cupim comeu. Alcides Ferreira, coletor.”