Maia não honrou acordo, e na Câmara isto é fatal
Cláudio Humberto
A Câmara não é exatamente uma casa de pessoas virtuosas, mas honrar compromissos é um dos valores mais apreciados pelos deputados.
E muitos conhecem o acordo que Rodrigo Maia fechou com Arthur Lira (PP-AL) há dois anos, no apartamento do senador Ciro Nogueira (PP-PI), em São Paulo.
Na ocasião, Maia prometeu apoiar Lira à sua sucessão, em 1º de fevereiro de 2021, caso o líder do PP desistisse da própria candidatura a presidente da Câmara dos Deputados, que era muito forte na ocasião.
Acordo não honrado
O apoio do PP e Centrão liderados por Arthur Lira (foto) consolidou a vitória de Maia em fevereiro de 2019. Mas ele nunca mais falou no acordo.
A Câmara sou eu
Maia fez da sua reeleição ideia fixa, apesar de inconstitucional, enquanto afastava-se de Arthur Lira até para não ser lembrado do compromisso.
Estratégia errada
Além de focar na reeleição ilegal, Maia estimulava candidaturas de centro, tentando dividir o “eleitorado” de Lira. Mas a estratégia falhou.
Tentativa de desqualificar
Maia correu o risco de ser chamado de mentiroso, ao atribuir o projeto político a Bolsonaro. Toda Câmara sabe que Lira é candidato há anos.
Demissão de
ministro estava prevista para janeiro
O presidente Jair Bolsonaro já avaliava eventual reforma ministerial no início da segunda metade do seu governo, em janeiro. Por isso, a demissão do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, ocorre antes do previsto. Era dada como certa, mas não por influência do ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, que o ex-ministro chamou de “traíra”, e sim por decisão do próprio Bolsonaro.
Aposta perdida
No Planalto, a certeza é de que Bolsonaro pagou preço alto ao não demitir o ministro do Turismo por ocasião do escândalo das candidaturas “laranja”.
Lorota de despedida
O ex-ministro sai mal, atacando e ainda contando a lorota de que teria sido praticamente o responsável pela vitória de Bolsonaro em 2018.
Ele tem codinome
Bolsonaro se livrou de um ministro que não tem nome que divulga. Seu verdadeiro nome é Marcelo Henrique Teixeira Dias.
Arrumando gavetas
Faltam 13 dias para o fim do reinado absoluto de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre na Câmara e no Senado, respectivamente. E com dois fins de semana no meio. A dupla já pode começar a esvaziar gavetas.
Nada de concreto
“Todo pilantra, canalha, incompetente e sem saber o que fazer no Parlamento ou na vida, vira defensor dos fracos e oprimidos, de concreto nada”, disparou o deputado José Medeiros (PSD-MT) nas redes sociais.
Altos e baixos
O banco Modalmais fez recomendações de ações para 2021. Entre as de “alto risco” está a JBS, estrela da Lava a Jato, cujas ações, segundo o levantamento, não têm o mesmo desempenho dos balanços da empresa.
Bom para o País
Para o ministro Fabio Faria (Comunicações), o anúncio da concessão de 22 aeroportos para a iniciativa privada, é uma “excelente notícia para o País” e parabenizou o ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura).
Falta o governo investir
O experiente ex-ministro e professor Delfim Netto tem criticado o governo Bolsonaro por não promover investimentos públicos na medida do que é necessário. “Isso estimularia o investimento privado”, lembra.
Trocado de gigante
O Ministério Público Federal anunciou ontem um acordo de leniência com a gigante Philips: a empresa vai pagar R$ 60 milhões e revelar fatos ilícitos praticados no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, na Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro e no Ministério da Saúde.
Direitos recentes
A Declaração Universal de Direitos Humanos completa (apenas) 72 anos hoje, data na qual a primeira versão foi aprovada e adotada em 1948 pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
Pensando bem...
...é ideia é matar o coronavírus na bala.
Poder sem pudor
As fichas da PTpol
Em 1995, Esperidião Amin era o novo presidente do então PPB quando contou ao então presidente do PT, José Dirceu, a história de Joca da Penha, prefeito catarinense nos anos 1960. Ele tinha problemas nas contas da prefeitura quando alguém foi à sua casa dizer que um incêndio consumia a prefeitura.
“Deixa queimar”, respondeu Joca, aliviado, “ano novo, vida nova...” Depois de contar a história, Amin pediu: “Faça um favor, Zé: agora que presido o PPB, como ex-chefe da “PTpol” mande queimar as fichas falando mal de mim. Afinal, cargo novo, vida nova.” José Dirceu, ainda poderoso, apenas sorriu.
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Cláudio Humberto,por Cláudio Humberto