Ex-cabos da FAB “perseguidos” perdem mamata
Cláudio Humberto
A ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) está revisando, uma a uma, 2.500 pensões e indenizações por suposta “perseguição política” concedidas pela Comissão de Anistia.
Trata-se de uma das maiores picaretagens já cometidas contra os cofres públicos, na avaliação de juristas. O governo federal torra R$ 29 milhões mensais no pagamento da esperteza e ainda há um passivo de R$ 17 milhões referentes a indenizações tão absurdas quanto de valor milionário.
Picaretagem clara
Há ex-cabos da FAB nascidos nos anos 1970 que alegaram serem “perseguidos políticos” em razão de uma portaria dos anos 1960.
295 já eram
Até agora, a ministra Damares (foto) já cancelou 295 indenizações de ex-cabos da FAB, e nos próximos dias invalidará a mamata de outro grupo de beneficiados.
STF mandou rever
Há cerca de um ano, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizaram o governo a rever, um a um, os 2.500 casos dos ex-cabos.
Interesse público
Damares lamenta que entre os beneficiados estejam pessoas que hoje são idosas, mas ela lembra que seu dever é zelar pelo interesse público.
Partidos já tomaram R$ 3 bilhões de quem paga imposto
Após a decisão do Congresso de proibir a doação de empresas a campanhas eleitorais, é o pagador de impostos que financia quase toda a atividade dos partidos políticos no Brasil. Em 2020, essa conta bateu novo recorde: R$ 3 bilhões, que representa soma dos valores distribuídos pelo fundão eleitoral (R$ 2 bilhões), que banca campanhas, e pelo Fundão partidário (R$ 1 bilhão), que financia as “atividades” dos partidos.
Sem vergonha
O fundo eleitoral vai dividir R$ 2,03 bilhões entre 23 partidos. O PT é o maior beneficiado (R$ 201 milhões), seguido pelo PSL (R$ 199 milhões).
A conta é sempre nossa
O total de verbas do Fundão partidário de R$ 1 bilhão é dividido entre 33 partidos. O PSL já levou R$ 81 milhões e o PT, R$ 68,5 milhões.
Sem sentido
Indigne-se: multas eleitorais por propaganda antecipada ou ilegal são pagas à Justiça Eleitoral... que depois as redistribui aos próprios partidos.
No poder para quê?
Davi Alcolumbre (DEM-AP) espalhou que o apagão em seu estado o deixou “irritado com o governo”. Conversa mole. Como presidente do Senado, ele deveria ter agido para dotar o Amapá de energia decente.
10.700 picaretas
Receberam alguma parcela do auxílio emergencial até julho de 2020, segundo apuração do Tribunal de Contas da União (TCU), quase 10.700 candidatos que declararam patrimônio igual ou superior a R$ 300 mil.
Rigor profissional
O ministro Nunes Marques (foto) agirá com rigor profissional, ao relatar casos envolvendo os irmãos Flávio e Eduardo Bolsonaro. Quem o conhece avisa: ele não se impressiona com a pressão da “opinião pública”, tampouco é do tipo que usaria a toga para agradecer a nomeação.
Chanceler “disfuncional”
Se Bolsonaro pedir a opinião dos diplomatas mais próximos, ouvirá o conselho de mudar o ministro das Relações Exteriores. Com novo inquilino na Casa Branca, Ernesto Araújo seria “disfuncional”, segundo expressão ao gosto do Itamaraty, dada a identificação com a era Trump.
Último baile
Completa 131 anos hoje o Baile da Ilha Fiscal, última festa da monarquia brasileira. Foi a última grande festa do Império, muito criticada, antes da Proclamação da República, dia 15.
Conversar é fundamental
O governo lança hoje campanha nacional com um monstro pedindo que um menino envie fotos pela internet e combinando encontro para “mostrar um monte de coisa legal”. É o alerta para pais sobre os perigos que, sem supervisão, crianças correm com pedófilos na internet.
Para todos
A Cúpula de Líderes do G-20, o grupo das maiores economias mundiais, vai ser realizada através de cerimônia virtual, nos próximos dias 20 e 21. O tema será “Realizando Oportunidades do Século 21 para Todos”.
Melhora contínua
Relatório conjuntural da Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que o PIB terá retração de -4,2% este ano. A recuperação em V prevista por Paulo Guedes (Economia) segue firme e ainda faltam dois meses.
Pensando bem...
...ninguém lembra, mas as eleições que realmente interessam aos brasileiros serão realizadas no próximo domingo.
Poder sem pudor
Confissão pública
Os senadores Renan Calheiros (AL) e Mão Santa (PI) estavam juntos quando os jornalistas começaram a alvejar o então líder do PMDB no Senado sobre o “toma-lá-dá-cá” que protagoniza com o governo Lula.
Renan negou o fisiologismo evidente, mas Mão Santa, com desconcertante sinceridade, desfez o enigma hamleteano, segundo relato do jornalista Euclides Farias:
“Em toda esta minha vida, e olhe que ela já não é curta, eu nunca vi esse negócio de apoiar sem receber cargos. Eu quero é cargos, sim! E se o senador Renan Calheiros não quer, paciência, eu fico com os dele!”.
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Cláudio Humberto,por Cláudio Humberto