Brasil se divide: 49,9% aprovam prisão de deputado
Levantamento nacional realizado pelo instituto Paraná Pesquisa mostra que os brasileiros estão divididos, em relação à prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), acusado de ofender gravemente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de fazer a defesa de propostas obscurantistas, como a volta do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Do total de entrevistados, 49,9% aprovam o decreto de prisão do ministro Alexandre de Moraes, enquanto 42,1% consideram que o magistrado “agiu errado”.
Em cima do muro, 8%
A pesquisa mostra também que, nessa polêmica, 8% dos entrevistados estão em cima do muro, dizendo não saber ou não ter opinião a respeito.
Mulheres apoiam mais
O apoio à prisão decretada por Alexandre de Moraes é bem maior entre as mulheres (52,7%) do que entre homens (46,8%).
Sem barreiras na idade
Entre jovens de 16 a 24 anos, 54,9% pensam o STF (foto) agiu corretamente, assim como 55,8% dos brasileiros com mais de 60 anos.
Abrangência nacional
O Paraná Pesquisas saiu às ruas nos dias 17 e 18 para entrevistar 2018 pessoas em 188 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal.
No Reino Unido, imposto “flutua” e impede aumento
O governo Bolsonaro poderia adotar no Brasil a regra em vigor no Reino Unido. Para conter a alta predatória no preço dos combustíveis durante a crise econômica mundial, em 2011 o governo britânico instituiu o “estabilizador do imposto sobre combustíveis”, que impede aumentos no preço final.
Quando o combustível sobe, o imposto cai. Quando o preço cai, o imposto sobe. Na prática, o valor pago pelo consumidor no posto permanece estável, sem exploração nem controle da Petrobras no Brasil.
Estado esgana
O governo do conservador David Cameron criou o “estabilizador” após os impostos superarem 50% de todo o custo de combustíveis na bomba.
Lá, era a inflação
Se no Brasil manda o “mercado internacional”, no Reino Unido o gatilho era a inflação. A nova regra desindexou a inflação dos impostos.
Impostos estáveis
Para aumentar impostos, é preciso que o preço do petróleo caia. Em quase 10 anos, até 2020, não houve mais aumentos nos impostos.
Geladeira da Câmara
O conselho de ética costuma funcionar como um congelador amplo, geral e irrestrito. Encaminhar para lá o caso Daniel Silveira não tem objetivo de punir o deputado, mas de ajudar a esfriar a tensão entre Câmara e STF.
Justiça criativa
Após a interpretação criativa da lei pelo STF, criando “flagrante” em posts nas redes, traficante que faz pose na internet exibindo armas ou drogas pode ser “preso em flagrante” qualquer dia, qualquer hora. Menos mal.
Pesos pesados
Metade do PIB brasileiro esteve em Brasília para jantar com o novo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). Entre eles, Carlos Sanches, André Esteves, figurões da XP e Itaú e outros menos votados.
Olho no xerife
Tweet do ex-deputado Alberto Fraga pediu “freio” no STF “ou Bolsonaro não vai conseguir governar”. O deputado José Medeiros (Cidadania-MS) advertiu: “Fraga, Fraga... Olha pela janela, vê se a PF está chegando aí. Se não chegou é porque Alexandre não leu ainda...” Fraga reagiu: “kkkk”.
Ritmo diferente
A Câmara adiou para hoje a sessão que vai decidir sobre prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). Caso raríssimo. Rodrigo Maia tinha horror a sessões da Câmara fora da terça e da quarta.
Lacradores vão à caça
Lá, como cá, a patrulha não perdoa. Novo presidente do Tribunal Constitucional, o STF de Portugal, o ministro João Caupers está sendo caçado na imprensa local por haver desabafado, em 2010, contra o que chamou de “lobby gay” na mídia e a “promoção da homossexualidade”.
Bem diferente
A manutenção pelos presidentes Arthur Lira (Câmara) e Rodrigo Pacheco (Senado) da agenda de votações, apesar da prisão de Daniel Silveira, foi mais um indicativo que o Brasil voltou a ser prioridade.
Parecia o Japão
Enquanto assuntos menos importantes estavam na mídia, o ministro Tarcísio Freitas, foto, (Infraestrutura) estava de olho nos reparos nas BRs 155 e 158 no Pará afetadas pelas chuvas. Tudo realizado em menos de 24h.
Pensando bem...
...se virar hábito prender político pelas barbaridades que falam, não vai sobrar um.
Poder sem pudor
Raposa plural
José Maria Alkimin encontrou um cabo eleitoral na Praça 7, em Belo Horizonte, e foi logo perguntando: “Como vai? E a esposa? E as crianças?” O homem respondeu, meio acanhado: “A mulher está ótima, deputado, mas por enquanto é só uma criança...” Alkimin disfarçou, exibindo sua condição de felpuda raposa: “E eu não sei que é um filho só? É um menino que vale por muitos! Então, como vão ‘os meninos’?”