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Claudia Matarazzo

Claudia Matarazzo

Colunista

Claudia Matarazzo

Você sabe o que é Gastrodiplomacia?

| 09/06/2022, 09:29 09:29 h | Atualizado em 09/06/2022, 09:30

Parece uma coisa complicadíssima, certo? Mas, na verdade, trata-se da boa e velha maneira de “fisgar o peixe pela boca”, entendendo-se por “peixe” qualquer personalidade em cargo de poder que queiramos envolver e impressionar com as delícias locais.

Franceses e italianos são mestres nessa arte: bons chefs e com receitas passadas de pai para filho por séculos, garantem a qualidade dos pratos, mas não só isso: eles convenceram o mundo inteiro – através de eficientes ações de marketing – que são inigualáveis. 

Na França, houve recentemente uma campanha com o renomado chef Alain Ducasse para servir um menu com ingredientes e pratos franceses em nada menos de 150 países! Ora, ganham com isso não apenas muito dinheiro e  prestígio, como turistas e mais fama –  em um círculo  virtuoso onde todos se beneficiam.

No Brasil, apenas recentemente passamos a valorizar nossos produtos  e receitas, e com grande sucesso, uma vez que temos ingredientes requintados e preciosos como o jambu, com o raro sabor umami, ou cupuaçu e outros peixes saborosíssimos.

Além do folclore – Não  se trata apenas de mostrar o que temos mais típico, mas também as possibilidades dos produtos com potencial de exportação.

Naturalmente, antes de qualquer encontro à mesa, o cerimonial de ambos os países conversa para informar-se sobre eventuais alergias ou restrições alimentares. Além da cultura do convidado, que  também deve ser analisada.

Formato mix – Quando recebi o hoje imperador Naruhito do Japão em São  Paulo (em 2008), buscamos um cardápio com base internacional, mas com elementos exclusivamente  nacionais, como o molho de jaboticaba acompanhando a carne, que fez muito sucesso então.

Mudanças e ajustes - Durante o governo Lula (2003-2010), o serviço à francesa, em que convidados servem-se de uma travessa apresentada a eles individualmente, deu espaço ao bufê.

Ao ser eleita, Dilma Rousseff retomou o formato anterior, e com razão pois conversas importantes e negociações delicadas não fluem bem com interrupções de convidados e anfitriões para servir-se no bufê.

Com legenda – Os menus impressos fazem parte da estratégia: colocados sobre a mesa individualmete, trazem a data e o nome em homenagem a quem o encontro acontece. E, em geral, são  bilíngues:  além do português, são traduzidos para as línguas mais recorrentes na diplomacia  como inglês, francês e espanhol. 

Mas, dependendo do visitante, pode-se acrescentar árabe, japonês  ou chinês, que substituem o inglês.

De forma que, nos menus do Itamaraty, quindim é “coconut surprise” (surpresa de coco) e bobó de camarão vira “Bahian shrimp” (camarão baiano).  E por aí vai.

Prova dos 9 – Um exemplo de como a gastrodiplomacia funciona de fato:  em 2004, quando o então presidente Lula recebeu o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, a produção nacional de mangas sofria barreiras para ingressar em território japonês. De sobremesa, foi servida uma mousse de manga. 

Ali, o recado foi de agradecimento: o Japão tinha liberado, após 27 anos, o ingresso da fruta em seu mercado. Deu match!

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