Pamonha e paçoca com requinte
É um engano achar que nossa culinária fica a dever a qualquer uma do mundo porque não fica. Em variedade, riqueza de ingredientes, sabor e tradição, nossa gastronomia bota no chinelo quase todas do planeta.
E não é exagero não. Em minha recente pesquisa, terminando um novo livro sobre o assunto, encontrei verdadeiros tesouros da nossa mesa do dia a dia e, aqui, menciono apenas dois dos mais populares (e superacessíveis). Vejam como podem ser degustados das mais variadas maneiras.
Pamonha – Existe a doce e a salgada. Quitute nacional, originalmente brasileiro, é muito consumida na região Centro-Oeste, especialmente no estado de Goiás. Na tradição goiana, é recheada com queijo e servida na palha do próprio milho.
A receita leva milho, óleo e queijo. Outras versões salgadas podem levar linguiça, cheiro verde, frango e guariroba, carne seca, pimenta bode, carne moída...
A pamonha também é muito popular em outros estados do Sudeste, como São Paulo e Minas Gerais.
Pamonha doce – No Centro-Oeste e no Nordeste, é mais doce – feita com leite de coco, especiarias e açúcar. Consumida como lanche e também no café da manhã.
Pamonha à moda – Típica do Goiás, tem linguiça salgada e leva mais pimenta, além de queijo branco. É picante e muito nutritiva.
Como Servir: Na maneira mais rústica, a pamonha é apresentada na própria palha de milho, que pode estar aberta ou fechada, dependendo da ocasião.
Em restaurantes, vem em travessas ou pratos individuais, mas sempre dentro da palha do milho. É raro ser servida como acompanhamento – em geral, é prato principal ou o lanche mesmo. Na rua, come-se com as mãos direto da palha.
Em tempo: não sirva pamonha sem, pelo menos, deixar a palha no prato – onde ela estará disposta da forma que você preferir. A palha faz parte da “indumentária” da pamonha – despi-la é desrespeitar a identidade da mesma. Gafe mesmo.
Come-se no prato, com garfo e faca, mas retira-se a palha que envolve a pamonha com a mão.
Recentemente, um hotel de Goiânia lançou uma maneira de desembrulhar a pamonha usando de garfo e faca, mas é um prato rústico onde não cabe isso.
Pixé ou paçoca doce – Iguaria subvalorizada, é uma das joias da nossa gastronomia, à base de farinha de milho pilada com canela e açúcar.
Sua textura é seca e beeeeem fina e o sabor doce equilibrado faz dela um grande curinga nas sobremesas e lanches. É vendida em embalagens de papel de mercearia, em formato de cone, muitas vezes artesanal.
Para servir – Pode ser consumida com sorvete, frutas e até para dar mais sabor a gelatinas. Apresentada em bowls com uma colher ou concha pequena, cada um serve-se da quantidade desejada. Não tem nada a ver com o produto industrializado com o mesmo nome.
É um complemento requintado e versátil, que vale a pena experimentar e aprender a fazer e servir!