Hóspede: valorize a honraria concedida
Artigo publicado na coluna Claudia Matarazzo, do Jornal A Tribuna
Em nossa longa temporada de verão, as casas de praia convidam a uma informalidade muito maior do que as de campo e propiciam mais oportunidades de cometermos gafes quando convidados.
Para não escorregar em nossa “espontaneidade” é bom entender que um convite, qualquer que seja ele, implica em, no mínimo, a obrigação de ser gentil, não ser espaçoso (ultimamente uma praga) e atentar para alguns fatores.
Nos últimos anos, tornamo-nos mais ciosos de nossas casas e muito mais seletivos na hora de convidar alguém: seja para algumas horas em uma reunião, ou para passar alguns dias.
Em retribuição ao conforto e acolhimento de ser incluídos como hóspedes privilegiados, é bom atentar para alguns fatores para ser sempre bem-vindos.
Sim, pois com a crescente informalidade nas relações, muita gente acha que, por ser amigo e hóspede, tudo pode. Não pode. E as pessoas reparam, ficam chateadas e pensarão bastante antes de repetir o convite. Veja alguns dos pecados a evitar, pois desde sempre são atitudes que geram desconforto à toa…
Esquecer de confirmar ou deixar para última hora. O convite em si já é enorme privilégio. Confirmar imediatamente seria ideal. Caso dependa de agenda de outros, trabalho, etc, é essencial dar o retorno em pouco tempo, e até mesmo dizer “fulano, vou checar com x ou z, mas até dia tal te confirmo.” E confirme mesmo!
Em tempo: se perceber que não vai dar ou mesmo se não quiser ou puder ir, justifique logo. Agradeça delicadamente e libere-o para que convide outra pessoa. Não faça pouco de um convite assim.
Jamais pergunte se pode trazer mais um. Seja como convidado a se hospedar (impensável ) ou como um a mais naquele almoço/ reunião que o anfitrião está organizando. Se ele/a quiser que você ajude a agregar mais gente, vai lhe falar explicitamente.
Caso tenha uma grande intimidade, confira sempre antes de convidar se seu anfitrião conhece a pessoa, simpatiza com ela e, mais importante, se é possível e não atrapalha.
Chegar de mãos vazias. Parece uma bobagem, mas há quem ache esse detalhe frescura. Oi?! Vamos combinar, o mínimo que podemos, e devemos, fazer a alguém que nos agracia com um convite completo de hospedagem é um agrado em forma de mimo.
Tamanho e valor variam dependendo da intimidade e bolso de cada um. Uma cesta com delícias, um enfeite para a casa, uma bebida diferente, flores…
E, em algum momento, convide os donos da casa para comer fora retribuindo, em parte, a hospitalidade.
Vestir-se de qualquer jeito. Férias são férias. Mas, na casa dos outros, é diferente da “roupa de ficar em casa”. Não é preciso “se vestir para jantar” mas, em casas de praia, um banho e camiseta (limpa) são o básico.
Sem essa de continuar de roupa de banho noite afora…
Acha um trampo? Frescura? Veja quanto custa (e se consegue) vaga naquela pousada pé na areia para passar pelo menos três dias.
Acrescente ao custo o valor do carinho por terem lembrado de você e te escolhido. E repense! Um ótimo ano novo para todos!