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Claudia Matarazzo

Claudia Matarazzo

Colunista

Claudia Matarazzo

“Festafobia” ou timidez?

Artigo da coluna Claudia Matarazzo, do Jornal A Tribuna

Claudia Matarazzo | 12/01/2023, 15:43 15:43 h | Atualizado em 12/01/2023, 15:45

Festa, rolê, muvuca, música, baile, roda de samba, madrugadas… Para a maior parte das pessoas isso é sinômino de alegria e elas criam imensas expectativas... Aí existem os outros: os tímidos ou introvertidos. Os reservado e discretos. Para quem um desconhecido não é um “amigo que você ainda não encontrou”, mas  te aprisiona em uma conversa penosa é desnecessária e te impede de mergulhar  nas suas preferências. 

Definição de Introvertido - pessoa  que se esgota e sofre  com qualquer interação social. O extrovertido é o oposto: ele floresce em meio às pessoas.  Ora, se a indicação para quem gosta de festa é não se privar de nenhuma, para quem é caseiro, a receita deveria ser o oposto. Só que não.

Inventamos mil desculpas e nos consumimos em culpa quando não vamos!  Justificamos demais - e até quando não é preciso - o fato de preferir ficar quietos em casa em vez de pulando em alguma balada. Pois é: o mundo das redes sociais e da superexposição é cruel para com os mais reservados. 

Dando a volta nos hiper – a boa notícia é que temos o direito de dar uma enganada nessas pessoas que a tudo comparecem.  Abaixo, algumas dicas, que podem ajudar,  pois funcionam!

Diga “não” sem culpa – escolha quais eventos  vai declinar e dê preferência aos mega, ou aqueles que em nada vão agregar. Os muito distantes, de logística impossível, etc. Dito isso, ainda sobrarão vários,  nesse mundo de volta ao frenesi presencial. 

Feito isso, trace sua estratégia de batalha e siga meticulosamente.

Vá, entre e se jogue – sim, assim mesmo. Logo que entrar,  já cumprimente os donos da casa e todos com quem  topar pelo caminho fazendo-se notar. Assim ninguém vai perceber quando você fugir –  com sorte, em pouco menos de uma hora... 

Decore frases de efeito e jogue-as ao vento o tempo todo: “Nossa que bom te ver”, “Quanto tempo, me conte como está tudo”,  “Como vão todos em casa?”.    Ditas com sorrisos e simpatia, e em tom mais alto, bastam para que te notem.  De uma volta no salão, respire e, se quiser, saia o quanto antes. 

Pergunte muito –  uma variação da entrada ruidosa –  mas aqui podemos agir discretamente: cole em um grupo  e pergunte tudo  o que te ocorrer sobre o assunto em pauta. O sujeito se anima, fala, fala, e você só precisa fazer ruídos  e cara interessada. E ainda será lembrado como a pessoa simpática que “fala de tudo”...

Vá ao banheiro –  é uma das minhas preferidas e utilizo muito! Peça licença e diga “Volto já, vou ao toalete”. Ninguém pode ter nada contra isso. E, uma vez lá dentro, curta o alívio do barulho e falação! 

Aproveite, respire e, quando sair, dê  uma volta a sós por cantos não descobertos da casa ou local.  E vá embora na sequência. 

Desmaie – essa é só em desespero de causa e não podemos utilizar demais. Infalível, te dá o pretexto ideal para ir para casa.  Acredite, é mais fácil do que parece. Afinal, esse tipo de reunião para pacatos como nós, tende a trazer tamanho sofrimento, que desmaiar é apenas um reflexo natural daquela intensa  aflição.

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