Cópias, dupes e falsificações
Coluna foi publicada nesta quinta-feira (05)
Até pouco tempo atrás, chique era usar produto de marca (ou grife) e exibir um produto “cópia” era considerado um cidadão de segunda categoria: primeiro por sua falta de fundos (pois nunca fomos tão consumistas e dinheiristas) para adquirir um produto original e também por ousar exibir uma cópia, que, diga-se de passagem, nunca era exatamente igual, algumas eram falsificações mal-acabadas e grosseiras.
O culto às cópias: anos se passaram, as cópias foram evoluindo, a China aprimorou de tal forma o expediente que existem inclusive patamares de excelência e preço dependendo do produto.
Hoje, cópias e falsificações (dupes, como são chamadas) são um fenômeno que tem se tornado cada vez mais presente, a tal ponto que esses produtos atualmente são exibidos com orgulho, comparados e principalmente disputados tanto quanto os originais.
Com a ascensão das redes sociais e do consumo desenfreado, muitas pessoas passaram a valorizar a aparência e a ostentação de marcas famosas, mesmo que sejam produtos falsificados.
É o culto de produtos similares e mais acessíveis, que pode ser entendido como uma tentativa de se enquadrar em padrões estéticos e sociais sem ter o alto custo financeiro.
Medo de ser diferente: nos anos 1970, quando aconteceu a revolução dos costumes com o movimento Hippie tomando conta do mundo, todo jovem queria ser diferente.
A moda era exagerada, colorida e cheia de grandes acessórios, que cada um usava e customizava de acordo com suas convicções. Quanto mais aquilo o destacasse da multidão, melhor.
Bundas, roupas e rostos iguais: o “efeito manada” das redes, que fazem com que todos queiram ser idênticos, resultou em uma estética fake, corpos modificados com intervenções e um mercado altamente agressivo e competitivo.
Alguns argumentam que o acesso a cópias democratiza o consumo.
Por outro lado, a pirataria e a falsificação prejudicam as marcas originais, afetando a indústria, os criadores e os artistas.
Instaura-se uma realidade cruel para muita gente, que se sente excluída – seja do grupo dos “ricos” com acesso a produtos originais ou e também dos “desavisados”, que aderem à tal estética sem questionar.
Segurança e respeito: a compra de produtos falsificados pode levar a sérios problemas, como riscos à saúde e à segurança, pois os itens não passam pelos mesmos padrões de qualidade e segurança que os originais.
É importante refletir nas vantagens de sermos autênticos e não aderir nem a uma nem a outra corrente.
O mundo está repleto de alternativas a todos os produtos que se autoproclamam “originais e autênticos”, mas não passam de uma imensa produção com uma marca elegante avalizando essa produção, que, quase sempre sai das mesmas indústrias que suas cópias.
Sapatos, bolsas, roupas, perfumes... tudo isso pode ser encontrado com outras características, que podem ser muito mais estimulantes, refrescantes e adequadas ao seu desejo e necessidade!
Pense nisso e lembre que priorizar a autenticidade, a sustentabilidade e o respeito à propriedade intelectual são fundamentais para uma sociedade mais consciente e responsável.