Como convidar e cultivar pessoas
Coluna foi publicada na quinta-feira (12)
Uma leitora, que se diz muito tímida e avessa a saídas, pergunta como cultivar mais amizades e quer convidar pessoas em casa sem complicar demais a vida.
Achei interessante pois, por muito tempo, nossas casas foram usadas apenas como um lugar de descanso entre férias e trabalho. Mas, depois de 2020, redescobrimos nossos espaços, o prazer de ficar em casa e também de abri-la para outras pessoas sempre que possível – e não apenas em ocasiões especiais.
Os anfitriões natos, pessoas festeiras e gregárias, fazem isso com muita facilidade. Para eles, é como respirar. Mas entendo os mais tímidos e me identifico com as pessoas mais reservadas, para quem socializar pode ser mais difícil.
Por isso, pensei em ajudar nossa amiga dividindo o ato de convidar em etapas. A primeira delas é entender que a preciosa matéria-prima que define o sucesso de qualquer encontro são as pessoas. Quem você convida, quantos e como aproxima diferentes grupos é o grande pulo do gato para que todos se sintam bem e o encontro seja um sucesso.
Amigos e familiares deveriam ser o grupo mais fácil de receber: em geral, não fazemos cerimônia com eles e podem ajudar no que for preciso. Estar entre pessoas próximas acaba deixando todos mais à vontade e o encontro flui melhor.
Segunda etapa: Sair da zona de conforto e misturar grupos – afinal, esse mix é que vai promover novos encontros e conexões interessantes. Não se trata de quantidade ou de abrir a casa para qualquer um, mas de saber convidar além do óbvio.
Colegas de trabalho: Calma, você não é obrigado a convidar todo o departamento, mas se tiver um bom relacionamento com algumas pessoas de sua empresa, convide sim. Não tem problema convidar apenas alguns – se alguém for invasivo o suficiente para questionar, seja firme ou finja que não ouviu.
Convidar vizinhos: Quem é tímido, costuma passar anos sem saber que cara tem o vizinho. Mas é um erro, pois, embora alguns possam ser desagradáveis (ou mesmo insuportáveis), outros podem ser uma grata surpresa. Conheço mais de um caso em que vizinhos acabaram se tornando grandes amigos e até mesmo expandindo o grupo, formando uma poderosa rede de apoio local. E, sim, é uma ótima maneira de fortalecer os laços com a sua comunidade – por que não?
Amigos de interesses em comum: Se você participa de clubes, grupos ou atividades com pessoas que compartilham os mesmos interesses, pode convidá-las também para sua casa. Encontrar essas pessoas em outro ambiente, além do grupo em comum, pode ser salutar (e uma bem-vinda variação), ainda mais se você misturar convidados da família ou até mesmo colegas.
Dica: Não convide gente demais, prefira grupos menores e o limite é quantos você pode acomodar bem em casa. Assim, permite que as pessoas conversem, interajam de fato e formem algum tipo de vínculo. E se divirtam, claro, que ninguém é de ferro!