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Claudia Matarazzo

Claudia Matarazzo

Colunista

Claudia Matarazzo

Além da etiqueta, ética em 2021

| 24/12/2020, 10:26 10:26 h | Atualizado em 24/12/2020, 10:33

Em que momento poderíamos ter evitado o prolongamento da pandemia e a volta dessa crise sanitária tão grave? Certamente, no início. Se as pessoas não estivessem divididas com querelas ideológicas inúteis, como duas torcidas fanáticas, e as autoridades tivessem dado a toda a Nação o devido respeito, orientando a todos com união, firmeza e sobriedade, certamente, muitas vidas teriam sido poupadas. Isso é fato.

Mas o mal está feito. Agora temos de lidar com as perdas, com a economia de joelhos e uma depressão perene: por parte de pessoas mais velhas, fragilizadas e com medo, de jovens que não veem futuro e de adultos desempregados e endividados.

Nunca o comportamento foi tão importante. E temos duas direções claras no que tange à postura: manter o negacionismo, a truculência e o embate, ou tomar as rédeas de nossas vidas aplicando com rigor as medidas de isolamento e distanciamento –, além, claro, da etiqueta preventiva, sobre a qual já falamos aqui.

Tenho ouvido muita reclamação de gente que não vai poder se acabar de dançar no Réveillon – como se fosse o último da vida ou a coisa mais importante no momento.

Não é. Assim como um Natal em família, reservado, com pouca gente e menos presentes, só pode fazer bem.

O maior exemplo de bom senso nos foi dado pela postura da Liesa – a liga das escolas de Samba do Rio – e os maiores festeiros do mundo! Há meses, sem questionar vacina ou não vacina, adiaram o Carnaval para julho.

Mas, com vocação nata para festas, os brasileiros parecem ter enlouquecido com a privação das festas de final de ano. Será para tanto mesmo?

Ora, é possível ser festeiro sem ser estúpido: é inconcebível que, a um mês do início da vacinação da população, ainda há gente que ache que vale a pena, literalmente, “morrer na praia”. E outra turma que diz que não vai tomar vacina porque ... por que

Ok, não foi um ano bom para ninguém e muito do que aconteceu não estava no nosso controle. Mas cabe a nós, controlar, sim, este final de ano e o que os reflexos do nosso comportamento agora possam causar no início de 2021.

Tá difícil de aguentar? Para mim, também! Mas imagine para os médicos e todos os profissionais da saúde, que trabalham há 10 meses sem parar, assumindo todos os riscos, que conseguiram debelar uma parte da pandemia, venceram o vírus salvando milhões de vidas, perdendo milhares de outras. E são brindados com o quê?
Mais pandemia, causada por quem não se conforma em não poder “comemorar” e “confraternizar”.

Quem está ótimo para organizar festas e confraternizar, com disposição para beber, comer e se acabar até o sol raiar no novo ano, deveria se prostrar de joelhos para agradecer. E, para variar, pensar em quem está enlutado, cansado ou fragilizado e em risco.

Quem sabe ajude a segurar toda essa vontade de comemorar, espalhando perigo.
É triste terminar o ano com esse tipo de mensagem – e, tomara, possa mudar o discurso em poucas semanas, mas meus leitores esperam de mim algo mais do que regras de etiqueta à mesa.

Assim, para 2021, mais do que etiqueta, recomendo apenas um comportamento rigorosamente ético. Boas festas!

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