Risco de câncer de próstata é maior em pets com mais de sete anos
Pegando carona na campanha Novembro Azul, veterinários alertam para a importância dos exames de rotina
Novembro é o mês mundial de combate ao câncer de próstata, mas se engana quem acredita que a doença afeta apenas humanos. A enfermidade atinge também cães e gatos e é mais comum nos pets mais velhos, com idade a partir de sete anos.
De acordo com a veterinária pós-graduada em oncologia Mariana Monteiro, a incidência é pequena, mas pode ser fatal.
“O número é baixo, entre 0,2% e 0,6%, mas quando o tutor descobre que seu animal está com câncer de próstata, já está bastante avançado e com metástase, o que piora bastante o prognóstico”.
O câncer, de modo geral, caracteriza-se pelo crescimento exagerado das células cancerígenas em determinado tecido do corpo. No caso do câncer de próstata, ocorre um desequilíbrio na produção de testosterona do animal, causando a multiplicação anormal e desordenada de células na região e estimulando o aumento do tamanho da próstata.
Por isso é importante que os cães a partir dos sete anos sejam submetidos anualmente a exames de prevenção, como a ultrassonografia abdominal para avaliação de próstatas e testículos, além do exame de toque.
Segundo o veterinário Renato Carvalho, o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e, por isso, o acompanhamento médico é fundamental. “O ideal é que os cães façam consultas de rotina e os de meia idade devem fazer o exame de toque para que seja possível sentir qualquer alteração, além da ultrassonografia uma vez por ano”.
A doença também pode ser detectada em alguns exames, como de raios X, biópsia e ultrassom. Mas existem alguns sinais que podem acender o alerta.
Entre os sintomas estão perda de apetite, micção frequente, esforço para urinar, constipação, fezes em formato irregular e presença de sangue na urina.
Mariana ressalta que, ao contrário do que muitos acreditam, a castração não é um método preventivo para evitar o câncer na região.
“O câncer de próstata pode ocorrer tanto em cães castrados quanto em não castrados. Então, diferente do que é dito, castrar os machos precocemente não previne que o animal desenvolva a doença”.
Ainda segundo ela, a castração é indicada em casos específicos. “A castração deve ser feita quando o animal possui alguns problemas, como o testículo ectópico, a hiperplasia prostática benigna ou quando os tutores não desejam usá-lo para reprodução. Mas sempre deve ser por indicação do veterinário”.
“Fico atenta a pequenos sinais”
Jhenny Cezário, de 31 anos, é fotógrafa e tem o Alaska como companhia desde 2015. Ele foi adotado e, segundo ela, “é o melhor presente que a vida me deu. Ele foi adotado quando completou um ano e, hoje, tem 7 anos e 3 meses”.
Por causa da idade, Jhenny foi orientada pela veterinária a fazer regularmente o exame de próstata.
“Ela me orientou a ficar atenta aos pequenos sinais, como dificuldade em fazer xixi, urina com sangue ou falta de apetite. Esses sintomas podem indicar alterações. Então temos que ter cuidado”.