Quinze hábitos para abandonar e ser feliz
Querer estar sempre certo, culpar os outros pelo que acontece com você, reclamar sempre, se cobrar demais, se comparar aos outros e guardar rancor são hábitos que sugam a energia. Saber abrir mão dessas e outras atitudes nocivas faz toda a diferença para alcançar a felicidade.
Esse não é um processo fácil, dizem especialistas, mas é possível. O abandono dessas práticas exige empenho, constância e dedicação.
A psicanalista Suelen Alencar explica que o primeiro passo é reconhecer como erra. Só assim é possível iniciar a mudança com ações.
“É preciso ter paciência e entender que não irá mudar de uma vez. Mas paciência não significa ficar esperando; e sim ter atitudes compreendendo que leva tempo.”
Suelen destaca que o agir pode começar com pequenas atitudes dentro de propósitos realistas. Por exemplo, em vez de dizer que não vai mais reclamar de nada, se policiar para não reclamar mais no trânsito ou se queixar do cônjuge para outras pessoas.
A mudança de hábitos é uma questão de autorreflexão e de ressignificação com exercício diário, enfatiza a psicóloga Lana Francischetto. Para ajudar, ela recomenda fazer exercícios de meditação e de relaxamento, ler livros sobre o tema e reservar um tempo para o autoconhecimento.
“Depende de estar, constantemente, dialogando consigo mesmo, interiorizando essa compreensão de que é preciso levar a vida com mais leveza e livrando-se de fardos que, definitivamente, não dá para carregar”, salienta Lana.
Libertação
Jucineide Della Valentina Oliveira, professora de Psicologia da UVV, acrescenta que é necessário compreender que a libertação do que faz mal para si passa por um processo individual que envolve aspectos como crenças, hábitos construídos ao longo da vida, criação e visão pessoal. A psicoterapia ajuda nessa transformação.
“É preciso ter cuidado para não achar que a vida vai ser colorida. Desafios vão surgir e até é importante passar por eles. Mas é preciso perceber que as coisas positivas acontecem para além de desafios e dificuldades.”
“Encontrei a felicidade”
“Por muito tempo tive problema com amor próprio, minha autoestima muito abalada e vivia tentando impressionar as pessoas. Então vi que buscava a felicidade no outro.”
Foi através da psicologia, da espiritualidade e do esporte que Sabrina Matias encontrou o alívio para o sofrimento e a felicidade. Ela é psicóloga, pastora e atleta.
“O autoconhecimento foi fundamental. E o esporte me ajudou a entender o quanto posso expandir e quebrar limites o tempo todo.”
“Estou bem melhor hoje”
Pastora e mentora de desenvolvimento pessoal de mulheres, Ana Paula Correia Alberto, 33 anos, colheu aprendizados com as experiências e apoia pessoas no mesmo processo. “Felicidade é a vida de plenitude, viver a sua essência. Três coisas que roubam a nossa plenitude são a comparação, a falta de perdão e a falta de identidade.”
Com os filhos Calebe, 10, e Daniel, 4, e o marido Diego Francisco Alberto, 32, ela caminha rumo à plenitude. “Estou muito melhor hoje do que estava ontem.”
Atitudes que devem ser abandonadas
- Querer impressionar e buscar aprovação alheia. Na era das curtidas, esse se tornou um “estilo de vida” desgastante. Ao tentar impressionar, você sai do seu lugar de naturalidade e ignora quem você é.
- Comparar-se aos outros. Cada um tem seu tempo para suas conquistas. Você não sabe de fato com o que se compara, pois o outro carrega um peso que você nem imagina.
- Desperdiçar tempo com quem não te valoriza. A vida é curta demais para ser desperdiçada com pessoas que não apreciam nossa presença ou companhia.
- Buscar a felicidade no outro. Se você não está feliz consigo mesmo, o que o faz pensar que estará ao lado de outra pessoa? É preciso gostar de si; só você sabe como ser feliz.
- Mentir para si mesmo. Ser sincero consigo é necessário para entender como ter uma vida satisfatória e feliz.
- Esperar demais dos outros. Esperar que o outro faça o que você acha que deve ser feito é uma fonte constante de decepção e frustração.
- Buscar a perfeição. Muitos veem o perfeccionismo como uma qualidade, mas é uma característica que paralisa. Ao exigir perfeição, ficamos frustrados e até deixamos de fazer as coisas. O foco deve ser fazer o melhor dentro do possível e entender que falhas acontecem.
- Cobrar demais de si. Cobrar-se demais e exigir de si a capacidade de fazer tudo, de dar conta de tudo e com excelência é um comportamento que leva à frustração e a uma constante insatisfação.
- Responsabilizar os outros pelas suas dificuldades. Ao fazer isso, você deixa de se movimentar em busca da solução dos problemas. Quem responsabiliza os outros, dificilmente fez de tudo que poderia para se livrar das dificuldades.
- Necessidade de controle. Existem muitas coisas que não podem ser controladas, então há frustração quando isso acontece. É preciso aprender a conviver com os imprevistos e com as diferenças.
- Querer estar sempre certo. Isso indica arrogância e incapacidade de assumir os próprios erros. Sem reconhecer suas falhas, como vai se tornar alguém melhor?
- Reclamar demais. Ao fazer isso, você está focando no problema em vez de se movimentar para encontrar a solução para o problema.
- Se sentir no direito de “cobrar amor” dos outros. Isso é o mesmo que não deixar as pessoas da sua vida serem livres para oferecer o real sentimento delas. Colha o que te é entregue livremente.
- Não valorizar as coisas boas da vida. Esse é o oposto da gratidão. Aproveite todos os momentos da vida, os encontros com pessoas queridas, belas paisagens, pratos saborosos... tudo com calma e atenção plena.
- Não olhar o próximo. Pensar só em si é um sentimento limitante. Ao pensar no outro e praticar a empatia, florecem em você boas emoções.
Fonte: Especialistas entrevistadas.