Mudança de cor e “vidro de game” em carros do futuro
Montadoras já têm protótipos de automóveis que trazem informações também dos veículos ao redor no para brisas e que abastecem sozinhos
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Filmes e desenhos animados clássicos das décadas de 1960 e 1980 apostavam em um futuro com muita tecnologia, de mordomos-robôs a carros voadores, quando os anos 2000 ainda eram um mistério.
Entre a expectativa e a realidade, o que já há de futurístico no mercado automotivo?
Das novidades mais recentes, há o carro que muda de cor, o que tem “para-brisa de videogame”, o que tem pneus que rodam mesmo furados e até os que abastecem em movimento.
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A BMW, por exemplo, apresentou um protótipo de carro que muda de cor e tem um para-brisa inteligente, com o visor expondo informações sobre o automóvel que é conduzido e também sobre os que estão ao redor, indicando, por exemplo, a velocidade dos outros veículos próximos.
Batizado de “BMW i Vision Dee”, o automóvel tem uma paleta de cores, que inclui tons sólidos e estampados, e pode ainda projetar imagens em realidade aumentada, ou mesmo transformar todo para-brisa em uma tela, tecnologias que, em tese, permitem misturar o mundo real e o virtual.
Com a promessa de facilitar a condução, os para-brisas também ganham novas tecnologias, com capacidade de apresentar no display informações sobre o entorno, como obras nas proximidades e os melhores caminhos para reduzir o tempo no trânsito.
Um equipamento que já existe há um tempo é o chamado head-up display. Ele projeta informações de condução no para-brisa do carro para que o condutor não precise desviar o olhar da rua para consultar dados como a velocidade e outras informações de GPS.
Marcas como Hyundai e Jaguar Land Rover já confirmaram a expansão do recurso com a utilização da realidade aumentada. Com investimento de mais de R$ 250 milhões em empresas que desenvolvem essa tecnologia.
O primeiro carro que está confirmado para chegar com o para-brisa em realidade aumentada é o Cadillac Lyriq, previsto para ser lançado em 2024.
Comando troca visual
Com 32 cores entre tons sólidos e estampas, o i Vision Dee, que significa Digital Emotional Experience, é a aposta da BMW para os clientes sentirem que o futuro já chegou. O automóvel muda de cor por comando interno, com botões no painel, e também pelo celular, em questão de segundos.
O exterior do carro tem 240 painéis que se ajustam às escolhas do condutor e projetam a imagem selecionada, dentro e fora do veículo, que abrangem todo o corpo de toda a embarcação, incluindo as rodas.
Ele também pode expressar emoções, como espanto e alegria, exibidas na grade do carro.
Regras
Nélio Bremenkamp, advogado especialista em trânsito, explica que, mesmo bem-intencionados, os fabricantes de automóveis não têm poder para instituir novas regras. “A tecnologia pode criar novas realidades, mas cabe aos órgãos de controle, ou seja, à Justiça, a aplicabilidade de cada recurso”.
Farol desenha faixa no chão
Quando se trata do futuro dos carros, os faróis serão estratégicos para a mobilidade. O recurso visual vai conversar com outros motoristas e com os pedestres por meio de sinalizações de LED projetadas no asfalto.
As luzes vão emitir também informações e alertas sobre o próprio carro e sobre o ambiente ao redor.
A Hyundai, por exemplo, revelou o HD Lighting System, que combina um conjunto de espelhos com 25 mil micro LEDs – 250 vezes mais do que os faróis convencionais – e com espessura menor do que um fio de cabelo, com 0,04 mm.
Um exemplo dessa tecnologia é a capacidade dos faróis de desenhar faixas de pedestres no chão, que vai forçar os veículos a pararem, mesmo que não haja placas de pare. Outra aplicação é o alerta de animais na pista, com símbolos de aviso projetados no asfalto.
Para o agente da Polícia Rodoviária Federal Waldir Soares, por melhor que seja a intenção, uma vez disponível aos usuários, no Brasil, a tecnologia seria ilegal. “Toda faixa de trânsito é fruto de um estudo técnico, que determina o local e a distância apropriada.” Ele diz que é preciso discutir o assunto antes de aplicá-lo.
Inteligência artificial diz se o motorista está doente
A inteligência artificial vai identificar doenças durante a condução do veículo e essa deve ser a nova aposta para o setor automotivo. A Mitsubishi promete que seus carros serão capazes de prevenir acidentes graves causados por condições médicas como epilepsia, doenças cardíacas e cerebrovasculares.
Com um sistema de câmeras, será possível monitorar a pele do motorista para saber a frequência, intervalo e intensidade de pulso, além de mudanças na pressão sanguínea.
Segundo a marca japonesa, o carro vai parar automaticamente na beira da estrada caso uma condição física grave seja detectada no condutor.
Por enquanto, o lançamento acontece exclusivamente no Japão, mas a expectativa do CEO Takao Kato é que a tecnologia seja aperfeiçoada antes de se tornar universal. “Espero que essa inovação abra caminho para avanços semelhantes na indústria automotiva em todo o mundo”.
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