Walking Football: conheça a nova modalidade de futebol para idosos no ES
Um projeto gratuito de futebol está chegando no Estado e será implantando na Ufes
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Uma nova modalidade de futebol vai chegar ao Espírito Santo em julho. “Trata-se de um futebol que se joga andando, com algumas regras que minimizam o impacto”, explicou o fundador e diretor executivo da Walking Football Brasil, Ricardo Leme.
Já implantado em outros estados, a modalidade conta com patrocínio de mais de 10 empresas de diferentes segmentos. Ele contou que conheceu a modalidade na Inglaterra, em meados de 2018.
“A gente trouxe para o Brasil. Na Inglaterra, a modalidade tem o objetivo muito específico de fazer com que pessoas que jogavam, possam continuar jogando.
Já no Brasil, a modalidade inclui as mulheres, que eram proibidas de jogar até 1979, e as pessoas que não tiveram a oportunidade de jogar futebol.
Ele explicou que o projeto é gratuito e está chegando ao Espírito Santo em parceria com a Universidade Federal do Estado (Ufes).
“No Estado, em duas semanas vamos concluir a formação dos profissionais de educação física que vão atuar na ponta. Eles se certificarão na modalidade, para que quando o projeto chegar ao território, chegue com o método.”
O início das atividades será em julho. “Trabalhamos com turmas de 20 participantes e podemos ter várias turmas. O que será necessário vai depender da construção de apoiadores locais. Em projeto incentivado, o idoso não se preocupa com absolutamente nada”.
Ele esclareceu, porém, que é um projeto que exige cuidado. “A gente faz avaliações. Tem uma forma de avaliar o contexto de quem chega. Se a pessoa tem alguma comorbidade. Se precisa de algum tipo de cuidado”, afirmou.
E já há pessoas interessadas. “Dependendo da idade, eu vou querer participar”, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados no Estado, Jânio Araújo.
“Toda iniciativa que leve a pessoa idosa a prática de esportes, desde que acompanhada pelo médico, pelo especialista, para não passar mal, é válida. Serve como interação, atividade física, envolvimento. O idoso sai um pouco de casa, tira um pouco a depressão, o isolamento. Agora tem que ter muito cuidado com as contusões”.
O educador físico Patrick Paraguassu afirmou que por um lado é triste de saber que será implementado um sistema europeu, sendo que poderia se implementar algo criado aqui.
Mas por outro, é uma atividade bacana. “Meu pai está com 72 anos e foi jogador de futebol profissional. Eu diria para ele estar se adaptando a essa atividade. Hoje, ele está sedentário. Para ele seria importante. É um futebol adaptado, andando praticamente em campo, sem contato físico”.
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Papo
Para identificar problemas em determinado segmento, não há formula melhor do que conversar com quem trabalha nele.
A escuta ativa é uma ferramenta importante para qualquer empreendedor. Tudo pode se tornar uma oportunidade para conversar. Um encontro na padaria, numa fila de banco.
Comunicação
Desenvolver a habilidade de comunicação é um passo muito importante para quem sonha em abrir um negócio, independente da área de atuação escolhida.
Atividades
Sesi Saúde oferece atividades que também atendem a terceira idade, como hidroginástica e natação (disponíveis nas unidades de Jardim da Penha, Campo Grande, Araçás, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina e Linhares). Academia Especializada (disponível em Jardim da Penha).
Fonte: Sesi e pesquisa A Tribuna.
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Walking Football Brasil
Trata-se de uma modalidade de futebol criada na Inglaterra, que foi adaptada para o Brasil.
É um futebol que se joga andando. Se correr, a jogadora ou jogador leva uma penalidade.
Walking Football Brasil (WFB)
É uma organização da sociedade civil (OSC) que trouxe ao Brasil a modalidade esportiva Walking Football, voltada ao público 60+, disseminando e organizando o esporte no País.
Ela que instituiu a prática no Brasil, capacitando profissionais e democratizando a modalidade.
Atividade física
A atividade física é importante para todo ser humano, em qualquer idade. A atividade física ajuda o corpo a se manter saudável.
Para os idosos, muitas vezes, além da questão da saúde, esse tipo de atividade também traz novas companhias, novos relacionamentos, novas experiências.
Esses momentos de integração com outras pessoas é importante principalmente para aqueles que já perderam o companheiro ou companheira, na medida em que eles têm companhia para se divertir.
Fonte: Walking Football Brasil (WFB), pesquisa A Tribuna.
Oportunidades de negócios para os aposentados
Existe uma série de oportunidades para abertura de novos negócios e também para a criação de novos produtos e serviços voltados para pessoas com 50 anos ou mais.
O educador físico Patrick Paraguassu destacou que o Estado precisa observar mais esse público 50+. “Para dar uma qualidade de vida melhor para esse pessoal, para ter um envelhecimento com um pouco mais de saúde”.
Ele enfatizou o universo de possibilidades que existe no Espírito Santo. “Temos locais bons para esse tipo de apreciação, praia, parque, que a gente pode implementar novas atividades e gerar essa qualidade de vida e saúde”.
Além das oportunidades de negócios voltado para este público, Denis Ferrari, da Azys Aceleradora, destacou que o mercado de trabalho aos poucos tem se atentado para a importância de ter no seu time de profissionais pessoas com maior resiliência e capacidade de lidar com a frustração.
E lembrou que o mercado de trabalho pode ser cruel. “Há alguns segmentos em que se você for muito novo, você não vende, tem outros segmentos que se você for muito velho, você não vende”, apontou, citando seguimentos mais conservadores, como indústria e construção civil.
“Minha aposta é que por ter uma lacuna de desenvolvimento de habilidade emocionais, vai ser necessário cada vez mais um choque intergeracional para gerar um time autossuficiente”.
| ANÁLISE - “São pessoas que precisam de produtos de forma customizada”
Marcela Haase, administradora e especialista em gestão de pessoas
“Existem muitas oportunidades de negócios para pessoas com 50 anos ou mais. É um público que cresce, com a expectativa de vida mais elevada. São pessoas que demandam também produtos e serviços, muitas vezes, de uma forma mais customizada.
Muitas lojas que vendem roupas para idosos, por exemplo, têm uma concepção de que são pessoas que gostam de roupas que são mais tradicionais, estampadas, sem um corte com bom alinhamento, sendo que os idosos também querem, muitas vezes, seguir a moda e não encontram roupas que se adéquem ao seu corpo e às suas medidas.
Eu entendo que existe esse nicho para ser trabalhado. Tem muito a ser explorado. Mas para você atender esse público de uma forma efetiva, é preciso ouvi-lo. Cabe a questão da pesquisa, um trabalho muito customizado.
Alguns idosos, após a aposentadoria, vão empreender por oportunidade. Sugiro abrir algo que tenha relação com tudo aquilo que ele desenvolveu ao longo da própria carreira. Aproveitar as experiências para o seu próprio negócio.
Muito daquilo que ele vai oferecer pode ser pensando em relação aquilo que ele não foi atendido como idoso, uma vez que ele reconhece como falha.”
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