Volta dos cobradores: Rodoviários rejeitam proposta do Estado e não descartam paralisações
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Os rodoviários rejeitaram a proposta do governo do Estado e dos empresários sobre o retorno dos cobradores de ônibus ao trabalho. A manifestação do sindicato da categoria aconteceu no final da tarde desta quarta-feira (29), nos autos do processo que tramita no Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES).
Pela proposta encaminhada pela Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), na última semana, 20% dos cobradores remanescentes do sistema retornariam aos coletivos em dezembro deste ano; outros 60%, em janeiro de 2022; e os últimos 20%, em fevereiro. O retorno seria nos chamados "ônibus quentes" (sem ar-condicionado). Os veículos refrigerados seguem com apenas o motorista.
No entanto, o Sindicato dos Rodoviários exige o retorno imediato de todos os trabalhadores ao cargo. Por essa razão, o presidente da categoria, Marcos Alexandre da Silva, o Marquinho Jiló, afirmou que a proposta foi recusada. O prazo para a manifestação dos trabalhadores terminava nesta quarta.
"A gente quer o retorno imediato aos postos de trabalho desses trabalhadores com o que foi acordado lá trás. Queremos que retorne com o que era antes da pandemia [um cobrador para cada motorista em carro sem ar-condicionado]", explicou ele.
Apesar de rejeitar a proposta, o presidente do sindicato diz que segue aguardando por novas conversas com o governo, mas não descarta paralisações, como tem ocorrido nas últimas semanas na Grande Vitória.
"Semana que vem, vou sentar com a diretoria do sindicato, mas isso não está descartado. Vou sentar com a diretoria para ver o que a gente pode fazer para se manifestar outra vez", informou ele.
O Transcol continua com cerca de 1.600 trabalhadores registrados como cobradores, segundo a Semobi.
Procurados pela reportagem, o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) e a Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) informaram que vão aguardar a decisão da justiça.
O Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRE-ES) informou que deve esperar a decisão da desembargadora Daniele Corrêa Santa Catarina, responsável pela mediação entre as partes.
Relembre
Afastamento
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Em maio de 2020,todos os cobradores de ônibus do Transcol foram afastados dos postos de trabalho.
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Eles passaram a ficar em casa, mas recebendo o salário normalmente.
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Na ocasião, o governo do Estado anunciou que a medida fazia parte de uma estratégia para tirar de circulação as cédulas de dinheiro, reduzindo a possibilidade de transmissão do novo coronavírus.
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Desde então, os ônibus só aceitam o Cartão GV para o pagamento da passagem.
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O governo criou alternativas para os cobradores, como, por exemplo, oferecimento de carteira de habilitação gratuita e requalificação para outras funções nas empresas.
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Dos 3.200 cobradores que integravam o Sistema Transcol, quase a metade (47,5%) foi contemplada pelo acordo que prevê a requalificação ou demissão voluntária.
Impasse
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O Sindirodoviários quer o retorno imediato de todos os cobradores.
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A Justiça havia dado o prazo até a próxima sexta-feira (24) para que o Estado e as empresas apresentem proposta para o retorno dos cobradores.
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O governo do Estado apresentou plano para que o retorno seja feito com 20% em dezembro deste ano; 60%, em janeiro de 2022; e os 20% restantes em fevereiro.
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Os rodoviários decidiram nesta quarta (29) rejeitar a proposta do governo.
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Agora, a desembargadora vai decidir os próximos passos.
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A Semobi e GV-Bus informaram que vão aguardar pela decisão da justiça.
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O sindicato não descartou novas paralisações nas próximas semanas.
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