“Vivo minha melhor versão por causa da maturidade”, afirma Cristiana Oliveira
Afirmação é da atriz Cristiana Oliveira, que lançou um livro autobiográfico onde fala sobre autoestima e envelhecimento
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A menopausa é um momento difícil para muitas mulheres. Além da evidência da maturidade, o momento é marcado por transformações hormonais que podem influenciar em vários aspectos da vida, até mesmo na forma como elas se veem.
Mas, em vez de se cobrar ou chorar pelo momento, a atriz Cristiana Oliveira resolveu rir e compartilhar esse momento com o público em seu primeiro livro: “Versões de uma vida”.
Falando sobre autoestima e maturidade, a atriz, que esteve em Vitória na semana passada para o lançamento da obra, relembra fatos de sua vida e conta como é estar na maturidade.
A Tribuna – Por que decidiu escrever um livro sobre as suas memórias nesse momento da sua vida?
Cristiana Oliveira – Esse livro começou como um desabafo. Tinha entrado na menopausa, estava desequilibrada hormonalmente, comecei a sentir coisas diferentes e resolvi escrever sobre isso. Comecei a rir de mim mesma, com a questão do meu amadurecimento, do meu envelhecimento e como recebia muitas críticas nas redes sociais por estar mais velha, por ter engordado 15 quilos, e as pessoas estavam acostumadas em ver aquela musa. Mas eu optei por aproveitar a minha vida da melhor forma possível.
A Larissa Morina, que é a minha coautora, entendeu muito bem esse meu desabafo e construímos juntas esse trabalho. E foi emocionante todo o processo.
No livro você conta sobre a sua trajetória na vida pessoal e profissional. Qual a sua melhor e pior versão?
Sempre olho a minha melhor versão. Hoje sou uma pessoa que, com a maturidade, consegue filtrar sentimentos e pensamentos que me incomodam e que não concordo. A minha melhor versão hoje é ser racional, pois a maturidade me dá um lado racional. Acho que a pior versão é ter sentimentos bobos às vezes, de insegurança e ansiedade. Sei que hoje vivo a minha melhor versão por causa da maturidade.
No livro você diz que teve problemas com o espelho. Que tipo de problemas?
Fui uma menina com uma autoestima muito baixa. Era caçula de nove irmãos e sempre fui acostumada a ouvir o outro dizer que eu estava certa ou errada. Tinha meus irmãos como referência.
Se as pessoas dissessem que eu era feia, eu acreditava. Identificava-me com o que o outro falava, mas eu não sabia quem eu era, me olhava no espelho e me questionava. Era sempre o outro que dizia o que eu era.
Como superou essa questão? Qual a dica que daria?
O caminho para vencer isso é se fortalecer internamente. Buscar autoconhecimento e perceber que todos somos diferentes uns dos outros, e muitos não são o que a maioria considera como perfeição. Cada um tem de amadurecer e perceber suas limitações. Não ficar se preocupando o tempo todo com o que o outro fala. Temos de ter um pouco mais de autoconfiança e amor-próprio. Mas acho que vencer 100% ainda é um processo individual.
Você chegou a enfrentar crise de pânico, além de depressão? Como conseguiu superar?
Enfrentei crises de pânico e depressão também. Venci isso com o tempo e terapia.
Foi uma época muito delicada, e foi em 1995, estava me separando, minha irmã tinha morrido e acho que juntou tudo ao mesmo tempo. Fiz terapia intensa e acabou passando, graças a Deus!
E a depressão e a síndrome do pânico estão aumentado na sociedade e são muito delicadas. As pessoas acham às vezes que é frescura, bobagem, mas é uma situação muito séria. Particularmente, venci com o tratamento intensivo de terapia.
Um dos grandes sucessos da sua carreira foi a Juma, da novela Pantanal. Como foi ser convidada para o papel?
Na verdade, eu não fui convidada, eu me ofereci. Foi uma das maiores felicidades da minha vida, porque foi uma personagem que briguei muito para ter.
Eu não ia fazer a Juma, eu ia fazer a Muda, mas me apaixonei pela personagem quando comecei a ler a sinopse!
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