VÍDEO | Vovó completa 100 anos e dança até valsa na festa
Celebração aconteceu em um restaurante, em Guarapari
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Completar 100 anos não é um feito comum, mas foi alcançado pela aposentada Francisca de Moraes Esteves, no início de outubro, e não foi de qualquer jeito.
Para comemorar o fato de a mãe ter chegado nessa idade, sobrevivido à pandemia da covid-19, vacinada e bem, a pianista Mirian Esteves decidiu fazer uma festa para a Dona Francisca, no dia 9 de outubro, na Praia do Morro, em Guarapari, onde moram desde que vieram do Rio de Janeiro.
Com direito a um vestido de princesa e aos cantores Inarley Carletti, da Companhia Allegro de Guarapari e Magda Belloti, do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, a centenária dançou a Valsa de Guarapari com a filha única, no restaurante Pascoal, e ainda se emocionou ao ouvir sua história ser contada por uma prima.
A filha da aposentada também explicou que para que a mãe conseguisse dançar a valsa com ela, foram necessários alguns dias de ensaio. "A gente ensaiava um pouquinho a cada dia, pra ela conseguir fazer tudo direitinho lá na hora. Foi lindo demais", contou a pianista.
Quando questionada sobre a preocupação com o vírus da covid-19, Mirian respondeu:
"Preocupada a gente fica, mas eu não podia deixar esse dia passar em branco. Tomamos todos os cuidados durante a festa, esperei ela estar vacinada e convidamos um número restrito de familiares e amigos. No final, entregamos a lembrancinha daquele dia: uma máscara com o nome dela".
Da roça a faxinas em casas de família
De acordo com Mirian, a vida para as duas nunca foi fácil. Nascida no Estado do Rio de Janeiro, assim como a filha, Dona Francisca, trabalhou na roça desde criança, principalmente colhendo café.
Após os 30 anos, ela foi trabalhar em casa de família até se casar, depois disso começou a fazer faxinas nas casas para sustentar a família. Isso durou "até os 70 anos, aí eu ja era formada e estava trabalhando e não deixei mais ela trabalhar como faxineira", contou Mirian, que nasceu quando a mãe tinha 39 anos, e perdeu o pai quando tinha 14.
Apesar de todos os obstáculos, a "dona Chiquinha", como é chamada pelos familiares e amigos, nunca perdeu o sorriso no rosto e a vontade de viver. E, como prova disso, na história que contou, a prima de Francisca acrescentou uma frase sempre dita pela aposentada: "Trabalhei muito, sofri muito e estou aqui".
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