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Vida Pet

O charme dos vira-latas caramelo

Com pelagem marrom ou dourada, eles são queridinhos. Devido à mistura de raças, são mais resistentes, dizem especialistas


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Imagem ilustrativa da imagem O charme dos vira-latas caramelo
A médica veterinária Manoela Alves Faiçal com o caramelo Paçoca: cães sem raça definida também precisam de cuidados |  Foto: Kadidja Fernandes / AT

Eles são praticamente uma “instituição” nacional. Estão nas ruas, nos lares, nos memes da internet, fazendo a alegria da nação.

Quando a nota de R$ 200 foi lançada com um lobo-guará, houve até protestos virtuais dizendo que ele, o vira-lata caramelo, representa muito mais o povo brasileiro.

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Tido por muitas pessoas como um cachorro “de ferro”, que não adoece e não precisa de muitos cuidados, o caramelo, na verdade, é um cão sem raça definida, ou SRD, o popular vira-lata.

“O vira-lata caramelo seria o animal sem raça definida que possui a pelagem predominantemente marrom ou dourada. O termo caramelo se popularizou na definição dos cães sem raça definida, mas estes possuem pelagem de todas as cores”, explica a médica veterinária Manoela Alves Faiçal.

A psicoterapeuta Renata Taño, 38 anos, adotou o caramelo Paçoca há sete meses. E a médica veterinária responsável pelos cuidados com o cachorro SRD é Manoela. “Adotei, achei ele abandonado na rua. Ele representa para mim muita dedicação e amor”, afirma Renata.

O médico veterinário Edmilson Estef da Silva destaca que os cães que vivem na rua adquirem resistência e se adaptam ao meio em que vivem.

“São resistentes porque se adaptam aos desafios da rua, são a mistura de muitas raças, vão sobrevivendo os mais fortes. Os mais fracos, infelizmente, vão morrer”, afirma o veterinário.

Edmilson, porém, observa que os vira-latas são cães que também precisam de cuidados.

“O cão de rua precisa ser vacinado, pode ter doenças virais, endócrinas, fúngicas, câncer. Cada raça tem suas particularidades”, observa.

A veterinária Manoela Alves pondera que algumas raças puras de cães têm predisposição a certas doenças, que inclusive podem ser hereditárias.

“Com a mistura das raças, esses fatores genéticos tendem a diminuir a incidência, deixando os animais mais resistentes a alguns tipos de doenças”, observa.

Edmilson frisa que, mesmo com a popularidade, os caramelos são iguais aos demais cães sem raça definida, só mudando a cor da pelagem.

Combinação de pigmentos é que determina a cor do pelo

O padrão de coloração dos pelos dos cachorros é determinado por dois pigmentos: a eumelanina, no caso dos pretos, e a faomelanina, da cor avermelhada, acastanhada, dos caramelos. Quem explica é o médico veterinário, professor e coordenador do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Multivix Vitória, Thiago Oliveira de Almeida.

“Dependendo das combinações, você vai encontrar o sem raça definida pretinho, amarelinho, douradinho, branco, chocolate, cinza, o próprio caramelo, nosso artista principal aqui; creme, vermelho, marrom. Essas possíveis tonalidades derivam dessas combinações, desses pigmentos”, diz.

Ele salienta que, apesar de não ter uma raça específica, a combinação dessas cores tem uma determinação gênica a partir das proporções desses pigmentos.

O professor também explica que não existe um levantamento estatístico sobre a prevalência ou não dos caramelos em relação aos demais vira-latas.

Gabo Caramelado e muito amado

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Mariana conta que Gabo foi nomeado em homenagem ao escritor Gabriel García Márquez |  Foto: Acervo pessoal

A bacharel em Direito Mariana Azevedo Torezani, 29 anos, e o engenheiro civil Giovani Martineli de Mattos, 34, mudaram de Vitória para Bauru, São Paulo, em 2020, logo após se casarem, por causa do trabalho dele.

Mariana conta que estudava para concursos online, por causa da pandemia, e resolveu adotar o caramelo Gabo, nome em homenagem ao escritor Gabriel García Márquez. “Ele nos ajudou na adaptação à nova cidade e, quando voltamos, trouxemos com a gente. Quero adotar mais dois”. O caramelo tem até perfil no Instagram: @gabo.caramelado.

“Ele é afetuoso, um membro da família”

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Ana Paula contou que Snoopy é um cão afetuoso |  Foto: Acervo pessoal

Foi pensando no filho Daniel, hoje com 25 anos e que mora fora do Brasil, que a advogada Ana Paula Morbeck se sensibilizou e adotou o caramelo Snoopy. Foi há oito anos, quando o filho tinha 16 e morava em casa. O marido, Pedro, ela conta que de início foi contra.

“Hoje meu esposo leva para passear, cuida. O Snoopy é afetuoso, um membro da família. É o amor mais puro”, diz Ana Paula.

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