Veja como vai ser a nova vacinação contra covid
Inicialmente serão disponibilizadas no Estado 350 mil doses da vacina bivalente para atender os grupos prioritários
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A partir do dia 27 de fevereiro, pessoas com maior risco de desenvolver formas graves da covid-19, como idosos acima de 60 anos, por exemplo, poderão se vacinar com a dose de reforço bivalente. Nas primeiras remessas, serão disponibilizadas cerca de 350 mil doses no Estado.
As vacinas de reforço bivalentes, produzidas pela Pfizer, chegam para proteger a população contra a cepa original da covid-19 e a variante ômicron.
Essa ação faz parte do Programa Nacional de Vacinação de 2023, que também conta com vacinação contra várias outras doenças, como sarampo, poliomielite e gripe.
No caso da vacina contra covid, o público-alvo são pessoas com mais de 60 anos; grávidas e puérperas (mulheres no pós-parto); pacientes imunocomprometidos (como os com câncer); pessoas com deficiência; vivendo em Instituições de Longa Permanência (ILP); povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas; e trabalhadores da saúde.
Subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Luiz Carlos Reblin diz que as doses de reforço bivalentes são importantes por conta das mutações do vírus da covid-19.
O infectologista Lauro Ferreira Pinto comentou sobre o foco da vacina bivalente. “A vacina não impede que a pessoa contraia o vírus, mas evita, na maioria dos casos, que ela tenha infecção grave, morte e hospitalização pela covid”.
Ele afirmou que ainda existem pessoas que estão morrendo pelo vírus, principalmente aquelas acima de 70 e 80 anos e que possuem comorbidade. Portanto, a dose de reforço bivalente é muito importante para esse público.
O aposentado José Cândido Ribeiro, de 77 anos, está animado para receber a dose de reforço bivalente. Ele, que já tomou as quatro doses da vacina da covid-19, contou que a vacinação é fundamental.
“Nunca tive receio de tomar a vacina e acho que ela é fundamental. Estou ansioso para tomar a dose de reforço”, contou.
Para as pessoas fora do grupo prioritário, a avaliação da pasta é de que não há benefício comprovado de ganho de eficácia com o reforço bivalente em comparação à formulação original.
Vale ressaltar que todas as vacinas contra covid continuam sendo consideradas seguras e protegem contra hospitalizações e mortes.
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Médicos desmentem fake news sobre imunização
Luiz Carlos Reblin, subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), afirmou que a procura das pessoas por vacinas está diminuindo, e um dos motivos são as fake news, também conhecidas como notícias falsas.
Mentiras a respeito de vacinas contribuem para a falta de confiança das pessoas na hora da vacinação. Sem as doses, correm maior risco de adoecimento e morte.
A infectologista Rúbia Miossi explicou como as fake news são prejudiciais.
“Elas espalham um medo infundado que deixa a população desconfiada e, dependendo da forma como são enviadas, geralmente em grupos de WhatsApp ou postagens na internet, as pessoas acabam passando umas para as outras e tendo uma impressão de que aquilo é verdade”, disse.
Segundo a profissional, pessoas que têm credibilidade pública, como artistas ou aquelas que se intitulam médicos, podem fazer uma afirmação falsa, e a população acredita porque eles possuem fé pública e são conhecidos.
Um exemplo é a atriz Regina Duarte. A artista publicou um vídeo deturpando informações de um diretor de um Centro de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos, o que deu a entender que vacinas causam doenças.
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, referência mundial na pesquisa e produção de imunizantes, a vacina não funciona como gatilho para qualquer doença grave como fibromialgia ou Alzheimer.
Rúbia comentou sobre fake news que já ouviu. “Falam que a vacina da covid altera o DNA humano, o que não tem absolutamente nada a ver com isso. Elas ensinam o corpo a produzir proteínas e são inofensivas. Também há pessoas que falam que vacinas causam autismo, o que não é verdade”.
Lauro Ferreira Pinto também lamentou o cenário atual. “Vacina, infelizmente, virou uma questão ideológica, de polarização política. E não era para ser assim, porque as vacinas salvam vidas. Elas são absolutamente seguras, é só pensar em como estávamos em 2020, antes da vacina, e como estamos agora”.
PROGRAMA NACIONAL DE VACINAÇÃO DE 2023
Fevereiro: etapa 1
Vacinação contra a covid-19: reforço com a vacina bivalente a partir do próximo dia 27.
Público-alvo
Pessoas com maior risco de ter formas graves da covid-19. São elas:
Pessoas com mais de 60 anos;
Grávidas e puérperas (mulheres que deram à luz nos últimos dias);
Pacientes imunocomprometidos (pessoas com câncer, por exemplo);
Pessoas com deficiência;
Pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência (ILP);
Povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas;
Trabalhadores da saúde.
Março: etapa 2
Intensificação da vacinação contra covid-19.
Público alvo: toda a população com mais de 12 anos.
Março: etapa 3
Intensificação da vacinação de covid-19 entre crianças e adolescentes.
Público alvo: crianças de 6 meses a 17 anos.
Abril: etapa 4
Vacinação contra gripe.
Público-alvo
Pessoas com mais de 60 anos;
Adolescentes em medidas socioeducativas;
Caminhoneiros;
Crianças de 6 meses a 4 anos;
profissionais das Forças Armadas; forças de segurança e salvamento;
Grávidas e puérperas;
Pessoas com deficiência;
Pessoas com comorbidades;
População privada de liberdade;
Povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas;
Professores; profissionais de transporte coletivo;
Profissionais portuários;
Profissionais do Sistema de Privação de Liberdade;
Trabalhadores da saúde.
Maio: etapa 5
Multivacinação de poliomielite e sarampo nas escolas.
(*) As datas de vacinação das etapas 2, 3, 4 e 5 não foram divulgadas.
Fonte: Ministério da Saúde.
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