Universitária que estava em praia de Guarapari passa por exames no DML
Jovem de 21 anos foi submetida a dois exames, de corpo de delito e toxicológico
Dezoito dias após um universitário de 20 anos ser encontrado com a barriga aberta em praia de Guarapari, a namorada dele, de 21 anos, passou por exames no Departamento Médico Legal (DML) em Vitória, na manhã de ontem.

A universitária foi submetida a dois exames: de corpo de delito e toxicológico. O prazo para entrega dos resultados por parte do DML é de 30 dias. A informação foi confirmada pelo advogado das famílias, Lécio Machado.
O resultado será enviado para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Guarapari, que investiga o caso.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que trabalha conforme os prazos estabelecidos pelo Código Processual Penal e que todas as investigações seguem sob sigilo.
Na ocorrência, a jovem tratou o universitário como amigo e informou que estava na praia com ele em Guarapari. Ela disse que, após os dois usarem entorpecentes, não se lembrava de mais nada. Afirmou também à polícia que sua consciência voltou quando estava sendo socorrida pelos pais.
Ainda à polícia, a jovem mostrou que havia vários hematomas e cortes em seu corpo e disse que seu amigo tinha um corte profundo na região do abdômen, sendo socorrido para o Hospital São Lucas, em Vitória. Ela não chegou a ficar internada, mas recebeu atendimento médico no Hospital Maternidade de Anchieta, e prestou esclarecimentos à polícia de Anchieta.
No Hospital São Lucas, o primeiro prontuário do universitário informa que ele passou por uma cirurgia geral, em atendimento na sala de choque do pronto-socorro. Ele chegou ao local com corte no abdômen, exposição de alça intestinal, trauma de face e hematoma.
O relato no prontuário era de uso de entorpecente LSD e perda da consciência, não sabendo como o corte foi feito na barriga.
O jovem também recebeu documento para fazer os exames no DML e vai comparecer quando tiver alta hospitalar, segundo o advogado. O rapaz segue internado em recuperação em um hospital particular em Vitória.
Entenda
O crime
> Um universitário, de 20 anos, sofreu um corte profundo na barriga, a ponto de ser possível visualizar seus órgãos. Vísceras ficaram espalhadas na areia da praia.
> O fato aconteceu na madrugada do dia 16 de janeiro. O jovem passou por cirurgia e teve o intestino retirado. Ele deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na semana passada e segue internado em um hospital particular, em Vitória.
> Segundo o advogado da família, Lécio Machado, o universitário e a namorada foram fazer um luau na Praia do Ermitão, em Guarapari, e teriam sido vítimas de criminosos que o atacaram e roubaram um celular, cartão e dinheiro, e deixaram o rapaz com a barriga aberta na areia da praia.
> A praia em que os jovens estavam é deserta e fica no Parque Municipal Morro da Pescaria, a um quilômetro a pé da orla da Praia do Morro.
> O crime foi registrado como tentativa de homicídio por arma branca.
> A jovem prestou depoimento à polícia na tarde da última segunda-feira e ressaltou que os dois tiveram momentos de “apagão”, após uso de entorpecentes e bebida alcoólica. Ela disse que no período em que eles não se recordam, teriam sido atacados por outras pessoas.
> O advogado das famílias acredita que o rapaz possa ter sofrido corte na barriga, durante briga com terceiros.
> No relato à polícia, a universitária cita que, quando os dois acordaram na areia da praia, o jovem já estava com a barriga aberta, sendo possível ver os órgãos internos do rapaz e as vísceras na areia da praia.
> Partes dos órgãos do universitário que foram encontrados na areia da praia foram encaminhadas para o Departamento Médico Legal (DML), para serem periciadas.
> A jovem passou por exames de corpo de delito e toxicológico na manhã de ontem. O universitário também recebeu documento para os exames, que serão feitos segundo o advogado, quando ele tiver alta hospitalar.
Cronologia segundo imagens
> De acordo com as imagens de videomonitoramento, o casal chega ao Parque Municipal Morro da Pescaria às 21h01 de sábado, dia 15 de janeiro. Como a entrada principal está fechada, eles seguem caminhando pelas pedras que ficam ao lado da entrada principal.
> Os dois seguem em direção à Praia do Ermitão, que fica um quilômetro de distância da entrada do parque. Todo o percurso é feito no escuro e é possível identificar que os dois usam um objeto para iluminar o caminho. A praia não possui câmeras.
> Antes das 2h da manhã, a mãe da jovem aparece próximo à entrada principal do parque. Segundo o advogado, a mãe vai até o local após conseguir falar com a filha por telefone. A mulher procura a filha nas imediações e não a encontra.
> A mãe deixa o local e, somente após as 4h e volta com o pai da jovem. A universitária aparece na portaria do parque com roupa de banho e ao telefone. Ela conversa diversas vezes com o segurança e, às 4h26, pai e filha se encontram na portaria.
> Às 5h16, o socorro chega. A jovem e a mãe não seguem com os socorristas. Uma dupla do Corpo de Bombeiros e outra do Samu seguem em direção à Praia do Ermitão com uma maca. Às 6h, os socorristas voltam com o universitário na maca, transportada pelo quadriciclo do parque.
> Somente um homem de bermuda branca acompanha o socorro, além do vigia do parque.
Fonte: Advogado das famílias e polícia.
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