X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Cidades

“Uma cidade amiga do idoso é boa para todos”, afirma especialista

Professora de Gerontologia explica que bairros precisam ter estruturas que contribuam para uma velhice saudável


Ouvir

Escute essa reportagem

Cerca de 15% da população que mora no Brasil tem mais de 60 anos, segundo o  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Nos últimos nove anos, o contingente de idosos  aumentou 39,8% e a expectativa  é que,  em sete anos, o Brasil seja a quinta população com o maior número de idosos do mundo. 

Imagem ilustrativa da imagem “Uma cidade amiga do idoso é boa para todos”, afirma especialista
maria luisa Trindade diz que é preciso ampliar o atendimento domiciliar para que se possibilite a permanência do idoso na própria casa por mais tempo University of Sao Paulo - USP +55 11 986 405 521 sermodular.com.br |  Foto: © Divulgação

Essa mudança no perfil da população brasileira requer adaptações para um envelhecimento saudável  e   assistência, de todas as formas, para uma velhice com autonomia. É o que destaca a pós-doutora em Arquitetura  e professora de Gerontologia Maria Luisa Trindade Bestetti.

Justiça libera R$ 9 bilhões em precatórios do INSS. Veja quem recebe

Para ela, morar bem não tem relação apenas com  situação financeira ou  tamanho da casa, é necessário se  sentir protegido e responsável pelas próprias decisões. Para isso, é preciso pensar moradias, bairros e cidades que sejam amigas da pessoa idosa, que contribuam para um envelhecimento  e uma velhice saudável.

A Tribuna – O que é construir uma cidade pensando no envelhecimento da população?

Maria Luisa Bestetti – Uma cidade amiga da pessoa idosa é boa para todos, pois acomoda padrões, serviços e condições para que haja  participação na comunidade. Ouvir moradores mais velhos possibilita aprender com suas vivências.

O que significa morar bem?

Morar bem impacta positivamente na saúde, pois possibilita não somente evitar a doença, mas manter o equilíbrio emocional por meio dos encontros, da privacidade, do conforto e da segurança.

Morar bem é se sentir protegido, pertencente ao lugar e responsável pelas próprias decisões.

Então, morar bem não tem relação com o local ou condição financeira?

Tem, mas também tem relação com a cultura do morador, assim como seus desejos e necessidades.

 O que digo é que cada pessoa torna seu espaço de vida o mais aconchegante possível, mas muitas vezes a condição financeira torna a vida menos digna.

Como isso pode ser feito em um país com desigualdades?

Qualquer moradia que ofereça essas características é boa, não importando seu tamanho ou complexidade. O território privativo que oferece conforto representa a boa moradia e as desigualdades sociais certamente impactam na qualidade de vida do morador.

O que precisamos mudar  em nossas cidades para ter um futuro melhor para o idoso?

É preciso ampliar o atendimento domiciliar para que o suporte comunitário possibilite a permanência na própria casa por mais tempo, mudando para moradias institucionais quando houver mais necessidade de atenção.

O conceito de Aging in Place (envelhecer em casa) torna as condições de moradia de pessoas idosas mais adequadas, garantindo o pertencimento e a autonomia. 

Vale a pena investir em condomínio de idosos?

Se envelhecemos de modo diferente, será importante sermos capazes de decidir como queremos morar, de acordo com a necessidade de assistência para cada caso.

Quais modos de morar na velhice você tem pesquisando?

 Podemos citar as residências assistidas, onde estarão pessoas idosas com autonomia e independência, mas que podem necessitar de algum apoio que estará disponível. Os condomínios são como todos, só consideram atividades adequadas para os mais velhos e a presença de um serviço de atenção à saúde, trazendo tranquilidade ao morador. 

Há também o cohousing,  comunidades intencionais onde o grupo é colaborativo e divide tarefas de manutenção e gerenciamento. E  o coliving, imóveis onde os espaços comuns são compartilhados e funcionam como as  “repúblicas”.

A tecnologia pode ser aliada da pessoa idosa? De que forma?

 Certamente, desde as tecnologias assistivas (que promovem assistência a  pessoas com deficiência)  pela IoT (internet das coisas) até os sistemas de comunicação mais eficientes, utilizando aplicativos de vídeo e assistentes de voz.

Muito se fala sobre a maior assertividade usando o ChatGPT, mas outros buscadores já oferecem respostas que facilitam o atendimento por telemedicina e outros serviços remotos.

Este ano, vimos episódios de preconceito. Como isso se manifesta na sua área de estudos?

 Acreditar que pessoas idosas se tornam inúteis é um preconceito que já não se justifica, pois o aumento da longevidade comprova que maior tempo de vida ativa possibilita maiores experiências.

Qual alerta que pode deixar sobre o nosso envelhecimento quanto sociedade?

Manter hábitos saudáveis torna o envelhecimento mais ativo, sendo a convivência social o ingrediente mais importante para a saúde.  Ao morar com dignidade e conforto, é possível que pessoas de todas as idades sejam solidárias e componham comunidades saudáveis.

PERFIL - Maria Luisa Trindade

> Graduação,  mestrado  e doutorado em Arquitetura e Urbanismo. 

> Pós-doutorado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, em Portugal. 

> membro colaborador do CIAUD - Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design. 

: Atualmente é professora doutora no curso de Bacharelado em Gerontologia e no Programa de Pós-Graduação em Gerontologia - PPGer, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: