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Cidades

“Uma cidade amiga do idoso é boa para todos”, afirma especialista

Professora de Gerontologia explica que bairros precisam ter estruturas que contribuam para uma velhice saudável


Cerca de 15% da população que mora no Brasil tem mais de 60 anos, segundo o  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Nos últimos nove anos, o contingente de idosos  aumentou 39,8% e a expectativa  é que,  em sete anos, o Brasil seja a quinta população com o maior número de idosos do mundo. 

Imagem ilustrativa da imagem “Uma cidade amiga do idoso é boa para todos”, afirma especialista
maria luisa Trindade diz que é preciso ampliar o atendimento domiciliar para que se possibilite a permanência do idoso na própria casa por mais tempo University of Sao Paulo - USP +55 11 986 405 521 sermodular.com.br |  Foto: © Divulgação

Essa mudança no perfil da população brasileira requer adaptações para um envelhecimento saudável  e   assistência, de todas as formas, para uma velhice com autonomia. É o que destaca a pós-doutora em Arquitetura  e professora de Gerontologia Maria Luisa Trindade Bestetti.

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Para ela, morar bem não tem relação apenas com  situação financeira ou  tamanho da casa, é necessário se  sentir protegido e responsável pelas próprias decisões. Para isso, é preciso pensar moradias, bairros e cidades que sejam amigas da pessoa idosa, que contribuam para um envelhecimento  e uma velhice saudável.

A Tribuna – O que é construir uma cidade pensando no envelhecimento da população?

Maria Luisa Bestetti – Uma cidade amiga da pessoa idosa é boa para todos, pois acomoda padrões, serviços e condições para que haja  participação na comunidade. Ouvir moradores mais velhos possibilita aprender com suas vivências.

O que significa morar bem?

Morar bem impacta positivamente na saúde, pois possibilita não somente evitar a doença, mas manter o equilíbrio emocional por meio dos encontros, da privacidade, do conforto e da segurança.

Morar bem é se sentir protegido, pertencente ao lugar e responsável pelas próprias decisões.

Então, morar bem não tem relação com o local ou condição financeira?

Tem, mas também tem relação com a cultura do morador, assim como seus desejos e necessidades.

 O que digo é que cada pessoa torna seu espaço de vida o mais aconchegante possível, mas muitas vezes a condição financeira torna a vida menos digna.

Como isso pode ser feito em um país com desigualdades?

Qualquer moradia que ofereça essas características é boa, não importando seu tamanho ou complexidade. O território privativo que oferece conforto representa a boa moradia e as desigualdades sociais certamente impactam na qualidade de vida do morador.

O que precisamos mudar  em nossas cidades para ter um futuro melhor para o idoso?

É preciso ampliar o atendimento domiciliar para que o suporte comunitário possibilite a permanência na própria casa por mais tempo, mudando para moradias institucionais quando houver mais necessidade de atenção.

O conceito de Aging in Place (envelhecer em casa) torna as condições de moradia de pessoas idosas mais adequadas, garantindo o pertencimento e a autonomia. 

Vale a pena investir em condomínio de idosos?

Se envelhecemos de modo diferente, será importante sermos capazes de decidir como queremos morar, de acordo com a necessidade de assistência para cada caso.

Quais modos de morar na velhice você tem pesquisando?

 Podemos citar as residências assistidas, onde estarão pessoas idosas com autonomia e independência, mas que podem necessitar de algum apoio que estará disponível. Os condomínios são como todos, só consideram atividades adequadas para os mais velhos e a presença de um serviço de atenção à saúde, trazendo tranquilidade ao morador. 

Há também o cohousing,  comunidades intencionais onde o grupo é colaborativo e divide tarefas de manutenção e gerenciamento. E  o coliving, imóveis onde os espaços comuns são compartilhados e funcionam como as  “repúblicas”.

A tecnologia pode ser aliada da pessoa idosa? De que forma?

 Certamente, desde as tecnologias assistivas (que promovem assistência a  pessoas com deficiência)  pela IoT (internet das coisas) até os sistemas de comunicação mais eficientes, utilizando aplicativos de vídeo e assistentes de voz.

Muito se fala sobre a maior assertividade usando o ChatGPT, mas outros buscadores já oferecem respostas que facilitam o atendimento por telemedicina e outros serviços remotos.

Este ano, vimos episódios de preconceito. Como isso se manifesta na sua área de estudos?

 Acreditar que pessoas idosas se tornam inúteis é um preconceito que já não se justifica, pois o aumento da longevidade comprova que maior tempo de vida ativa possibilita maiores experiências.

Qual alerta que pode deixar sobre o nosso envelhecimento quanto sociedade?

Manter hábitos saudáveis torna o envelhecimento mais ativo, sendo a convivência social o ingrediente mais importante para a saúde.  Ao morar com dignidade e conforto, é possível que pessoas de todas as idades sejam solidárias e componham comunidades saudáveis.

PERFIL - Maria Luisa Trindade

> Graduação,  mestrado  e doutorado em Arquitetura e Urbanismo. 

> Pós-doutorado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, em Portugal. 

> membro colaborador do CIAUD - Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design. 

: Atualmente é professora doutora no curso de Bacharelado em Gerontologia e no Programa de Pós-Graduação em Gerontologia - PPGer, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo.

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