Ufes pesquisa sequelas da covid e recruta voluntários
Pesquisadores estão recrutando voluntários com idade entre 18 e 65 anos para participar de estudo. Inscrições vão até sexta-feira
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Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) estão recrutando voluntários entre 18 e 65 anos interessados em participar de um estudo sobre as sequelas duradouras da covid-19, conhecida como “covid longa”.
Os voluntários devem ter sido diagnosticados com covid-19 em qualquer data, além de apresentar sintomas persistentes da doença ou da pós-vacinação por um período superior a três meses.
As inscrições estão abertas até sexta-feira (17) e o estudo envolve aplicação de questionário e coletas de sangue e saliva.
Os sintomas comuns da covid longa, segundo a Organização Mundial da Saúde, incluem fadiga, falta de ar, disfunção cognitiva, perda de olfato e paladar, entre outros.
A professora Débora Dummer Meira, vice-coordenadora do projeto “A Genética da Covid Longa”, ao lado do professor coordenador Iúri Drumond e dos alunos Vinicius Ventorim e Livia Morais, explica que o estudo pretende identificar predisposições genéticas relacionadas à persistência de sintomas da doença.
“As pessoas que querem participar da pesquisa precisam de um diagnóstico médico que têm covid longa. Na prática, o estudo quer ter um teste genético que possa ser usado na população em geral. A ideia é que quem for infectado pela covid possa fazer o teste e já saber se pode ou não ter covid longa e assim prevenir possíveis sequelas”, explica Débora.
Ao todo, serão avaliadas 400 pessoas. Até o momento, 352 foram recrutadas.
A pesquisa é conduzida pela Ufes, mas tem parceria com o Hemoes, Hucam, Emescam, Ifes, Fiocruz de Rondônia, Rio de Janeiro e Pernambuco, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade de São Paulo (USP).
Critérios
Os voluntários que entrarem em contato com os pesquisadores e estiverem de acordo com os critérios de seleção serão encaminhados ao Hemoes, localizado em Maruípe, Vitória, onde receberão mais informações sobre o estudo, responderão ao questionário e terão amostras de sangue e saliva coletados. Os resultados da pesquisa serão divulgados em revistas científicas ainda neste ano.
Questionário e coletas de sangue e saliva
Pesquisa
O Núcleo de Genética Humana e Molecular (NGHM/Ufes) está com inscrições abertas até sexta-feira para pessoas maiores de 18 anos interessadas em participar de uma pesquisa sobre as sequelas duradouras da covid-19, conhecida como “covid longa”. O estudo envolve aplicação de questionário e coletas de sangue e saliva.
Os voluntários devem ter sido diagnosticados com covid-19 em qualquer data, além de apresentar sintomas persistentes da doença ou da pós-vacinação por um período superior a três meses, com comprovação médica.
Covid longa
Intitulado “A Genética da Covid Longa”, o estudo pretende identificar predisposições genéticas relacionadas à persistência de sintomas da doença, como fadiga contínua, palpitações, falta de ar, dores musculares e articulares, dificuldade de concentração (também conhecida como “névoa cerebral”), dores de cabeça, distúrbios do sono e perda de olfato e paladar.
A pesquisa também busca detectar predisposições genéticas ligadas ao surgimento de novos problemas de origens desconhecidas, mas associadas ao período pós-covid-19.
Contato
Os interessados devem ligar para os pesquisadores Felipe (28 99910-8672), Lorena (27 99937-9079) ou Vinícius (27 99977-7237).
Mais informações podem ser obtidas pelo site https://nghm.ufes.br/ ou pelo e-mail [email protected].
Voluntários que estiverem de acordo com os critérios de seleção serão encaminhados ao Hemoes, em Maruípe, Vitória, onde receberão mais informações sobre o estudo, responderão ao questionário e terão amostras de sangue e saliva coletadas.
Fonte: Ufes.
Paciente pode ter 50 sintomas
Os sintomas da covid longa não são novidade para a área médica. Um paciente pode chegar a apresentar mais de 50 sintomas da doença, de acordo com a pneumologista Ciléa Victória Martins.
“São, na verdade, 55 tipos de sintomas que a pessoa pode apresentar em função da covid longa”, destaca a médica.
Segundo Ciléa, alguns pacientes, mesmo não tendo mais a doença e não sendo mais transmissores da covid, depois que passa a fase aguda começam a apresentar sintomas incomuns, como queda do cabelo, fraqueza, fadiga muscular intensa, cansaço, dormência, câimbra, sensação de formigamento e dor de cabeça.
De acordo com a médica, a covid longa se manifesta, provavelmente, por uma alteração no fator de coagulação, por esses pacientes apresentarem tendência, favorecendo a formação de microcoágulos.
“Esses microcoágulos vão atingir a microcirculação. E essa microcirculação começa a ficar entupida com esses coágulos, consequentemente isso leva à microtrombose, causando esses sintomas. Evidentemente, se esses sintomas não forem cuidados, poderão evoluir para casos mais graves, podendo ocorrer arritmias cardíacas, picos de pressão, quadros de acidente vascular cerebral (AVC), trombose intestinal, angina e infarto”, alerta a médica.
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