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Cidades

Triplica busca de mulheres por clínicas de fertilização

Número tem crescido desde 2021 no Estado. Pandemia da covid-19 fez com que mais as mulheres decidissem congelar óvulos


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Imagem ilustrativa da imagem Triplica busca de mulheres por clínicas de fertilização
A advogada Christiane Moraes, de 36 anos, seu namorador, o médico, Ricardo Almeida, com quem adotou a vira-latas Zara |  Foto: Acervo Pessoal

A procura pelo congelamento de óvulos triplicou desde 2021 no Estado, quando a fase mais crítica da pandemia da covid-19 começou a ter uma tendência de queda no Brasil. A informação do aumento vem de  especialistas em reprodução humana.

“A procura  vem aumentando ano após ano. A covid-19 ajudou mais  mulheres a tomarem essa decisão.  Antes tínhamos de um  a dois casos por mês. Hoje são cinco a seis casos por mês”, afirma o especialista em reprodução humana Jules White.

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Carlyson Moschen: consultas |  Foto: Divulgação

Médico-diretor da Unifert, Carlyson Moschen  acredita que o isolamento e o distanciamento social exigidos no momento mais crítico da pandemia fizeram com que mais mulheres tomassem essa decisão. “Na clínica, também triplicou o percentual de procura para congelamento de óvulos”.

A ginecologista e especialista em reprodução humana da Unifert Isabela Rangel destaca que o isolamento trouxe a incerteza sobre conseguir um parceiro, e o sonho de ser mãe foi se tornando mais distante para algumas mulheres.

“Além disso, algumas influenciadoras digitais fizeram o congelamento de óvulos, divulgaram nas redes sociais  e acabaram incentivando outras mulheres”, afirma.

O médico Carlyson Moschen explica que o distanciamento social, necessário na fase  crítica da pandemia, dificultou o contato geral entre as pessoas. Mas, para uma mulher de 35 anos e sem parceiro,  isso pode ter tido significado reprodutivo.

“Uma mulher de 35 anos, que não tinha parceiro e passou dois anos, como ocorreu na pandemia, sem encontrar ninguém, entrou na faixa de diminuição da produção de óvulos e de fertilidade, o que gerou preocupação para quem tem o sonho de  ter filhos”.

Jules White explica que existe o congelamento social, quando a mulher decide adiar a gestação por motivos como vida profissional, pessoal e falta de um parceiro, e que corresponde a 98% dos casos; e o   oncológico, em qualquer momento da idade reprodutiva, até aos 20 anos, por exemplo.

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Procedimento em clínica |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Segurança

A ginecologista Isabela Rangel explicou sobre a segurança que o congelamento de óvulos leva para a  mulher. “Traz muita paz    e segurança para postergar a decisão e ser mãe ”.

Mais casais à procura de congelar embriões

Não somente mulheres têm recorrido  ao congelamento de óvulos. Muitos casais estão buscando clínicas de fertilização para congelar  embriões.

“São casais consolidados que têm buscado congelar por todas as incertezas da covid-19”, afirma a ginecologista e especialista em reprodução humana da Unifert Isabela Rangel.

Essa procura também é confirmada pelo  médico-diretor da Unifert, Carlyson Moschen.  “Alguns casais também procuraram para congelamento embrionário”, afirma o especialista da Unifert.

No Estado, congelamento varia de R$ 9.950 a R$ 11 mil o processo. Os medicamentos podem custar de R$ 4 mil a  R$  7 mil aproximadamente.

A manutenção anual, em média, varia de R$ 750 a R$ 1.000. 

Já o congelamento de embriões, ou fertilização in vitro (FIV) varia de R$ 18 mil a R$ 20 mil o valor do  procedimento.

Valores

> No Estado, o congelamento varia de R$ 9.950 a R$ 11 mil o processo. 

> Os medicamentos podem custar de R$ 4 mil a  R$  7 mil, aproximadamente.

> A manutenção anual, em média, varia de R$ 750 a R$ 1.000.

> O congelamento de embriões, ou fertilização in vitro varia de R$ 18 mil a R$ 20 mil o procedimento.

Idade

> A qualidade dos óvulos vai diminuindo com o passar da idade.

> O ideal é as mulheres tentarem congelar os óvulos com, no máximo, 35 anos. 

Critérios

> Avaliação da paciente para verificar se ela vai precisar de um número maior de óvulos e se  terá uma chance maior de gravidez.

> O ideal é congelar de 12 a 15 óvulos, mas varia muito de mulher para mulher. Às vezes, precisa coletar mais de uma vez.

> O que vai determinar isso não é a quantidade de hormônio utilizada, mas a reserva ovariana.

Procedimento

> É realizado com  uma espécie de agulha, que coleta os folículos dos ovários, onde estão guardados os óvulos.

> Após a coleta, os óvulos são mergulhados em uma substância congelante, para que fiquem protegidos. Eles podem permanecer nesse estado por tempo indeterminado.

Fonte: Especialistas consultados e pesquisa A Tribuna.

SAIBA MAIS

Congelamento de óvulos

> De acordo com especialistas em reprodução humana, a procura pelo congelamento de óvulos   no Estado triplicou logo após a fase mais crítica da pandemia.

> Entre os motivos estão o  receio de a mulher não conseguir um parceiro até o fim da vida reprodutiva e também a influência de artistas que fizeram congelamento de óvulos e serviram de exemplo para outras mulheres.

> Além disso, o maior acesso das mulheres à internet e à informação no período mais crítico da pandemia também fez crescer a procura.

> Outros casos são mulheres que não se contentam em apenas ter um parceiro, querem um companheiro e estão mais exigentes. Com isso, elas congelam o óvulo.

> Houve muitos divórcios na  pandemia. Em contrapartida,  casais consolidados optaram por congelar embriões em função das incertezas provocadas pela pandemia. 

Curiosidades

> O primeiro bebê nascido de um embrião congelado após o nascimento da fertilização in vitro foi na Austrália, em 1984.

> O primeiro bebê gerado através de uma inseminação com óvulo congelado no Brasil nasceu no dia 2 de dezembro de 2001 e é capixaba. Nascida em Vitória, a jovem tem hoje 22 anos.

> Decisão social: quando a mulher decide adiar a gestação por motivos como vida profissional, pessoal, falta de um parceiro, e que corresponde a 98% dos casos.

> Decisão oncológica: quando a mulher vai passar por tratamento de algum câncer. Pode ser  feito em qualquer momento da idade fértil e corresponde a 2% dos casos.

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