Técnica ajuda para escolher melhores óvulos e espermatozoides
Ainda assim, podem haver falhas de implantação, muitas vezes, de acordo com estudos, relacionadas à qualidade do embrião
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Para quem sonha em ter um bebê e não consegue de forma natural, a fertilização in vitro (FIV) é um dos procedimentos em que a taxa de gravidez chega a 50% de sucesso, conforme estimativa da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). Ainda assim, podem haver falhas de implantação, muitas vezes, de acordo com estudos, relacionadas à qualidade do embrião.
Só que o avanço da medicina está mudando esse cenário. Tecnologias com Inteligência Artificial (IA), por exemplo, podem ajudar a selecionar melhores óvulos e espermatozoides, aumentando a chance de gravidez.
Na Austrália, pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Sydney desenvolveram uma tecnologia, ainda em fase de estudo, capaz de detectar com IA espermatozoides saudáveis em amostras de homens com azoospermia não obstrutiva, ou seja, que não ejaculam espermatozoides devido à pouca produção testicular.
Com a ferramenta, pesquisadores afirmam que seria possível encontrar espermatozoides saudáveis em segundos, processo que, normalmente, pode levar mais de sete horas.
No Brasil, a IA já está sendo estudada para a seleção de óvulos. “Com a IA é possível detectar óvulos que, quando forem descongelados, terão maior chance de virar blastocistos (embriões com cinco dias de desenvolvimento), ou seja, maior chance de gravidez”, explica o embriologista Bruno Pimenta.
Com a técnica, no dia em que a paciente for coletar os óvulos, eles serão analisados pela Inteligência Artificial, que indicará os óvulos com maior chance de implantação. “Esses óvulos são fotografados por microscópio e essa fotografia é analisada pela IA, que emite um laudo apontando a probabilidade desse óvulo, após descongelamento, gerar uma gravidez”, afirma Bruno.
Com foco também na fertilidade, um estudo da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, mostrou que células-troncos da endoderme primitivo de embriões de camundongos podem ser usadas para testar novas drogas e melhorar os resultados da fertilização in vitro (FIV).
“Os estudos sobre células-tronco de embriões são promissores e podem levar a avanços significativos na compreensão e tratamento da infertilidade. Essas pesquisas podem abrir caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos e melhorar os resultados da FIV, oferecendo mais esperança para casais que enfrentam desafios de fertilidade”, destaca a doutora em Reprodução Humana Layza Merizio.
FIQUE POR DENTRO
Fertilização in vitro (FIV)
Consiste em realizar o encontro do óvulo com o espermatozoide (a fertilização) em ambiente laboratorial, formando embriões que serão cultivados e transferidos ao útero da mulher.
Todo o processo da FIV consiste em quatro etapas distintas: a estimulação ovariana, a coleta dos gametas (óvulos e espermatozoides), a fertilização dos gametas e cultivo dos embriões no laboratório, além da transferência dos embriões para o útero da paciente.
Valor
Estima-se que o valor da FIV pode ultrapassar os R$ 25 mil.
Fases
A Estimulação ovariana consiste na utilização de medicamentos indutores de ovulação para que haja crescimento e maturação dos óvulos. Este estímulo, que é acompanhado por exames de ultrassom, pode demorar entre 10 e 20 dias.
Na coleta de gametas, os óvulos são coletados por aspiração folicular com agulha fina, guiada por ultrassom. No homem, há a coleta de espermatozoides por meio da ejaculação ou, no caso de azoospermia, realiza-se aspiração dos espermatozoides pelos testículos ou biópsia testicular.
A fertilização pode ocorrer de duas formas: 1 - FIV convencional, onde 100 mil espermatozoides móveis são colocados ao redor do óvulo. 2) FIV intracitoplasmática , onde um único espermatozoide é injetado diretamente no óvulo.
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