“Sustentabilidade Brasil”: criatividade para reaproveitar roupas
Evento acontece até quinta-feira, na Serra
A “Sustentabilidade Brasil”, conferência nacional sobre sustentabilidade e ESG, que abriu as portas na última segunda-feira (24) no Pavilhão de Carapina, na Serra, destacou-se pelo desfile de moda sustentável organizado em colaboração com a designer Jullia Thedesco.
“Estamos focando em mostrar que roupas de brechó podem ser tão elegantes e atuais quanto peças novas. É uma forma de celebrar a moda de maneira consciente e solidária”, ressaltou Jullia.
Além do desfile, até a próxima quinta-feira o evento apresenta um brechó solidário onde peças doadas por 11 instituições serão vendidas, com toda a renda revertida para causas filantrópicas no Espírito Santo.
“Cada peça tem sua própria história e estilo, e nosso objetivo é mostrar como é possível dar uma nova vida a essas roupas através do upcycling e da customização”, explicou Jullia.
O upcycling é um processo de reutilização criativa e sustentável de materiais descartados ou indesejados para criar novos produtos de maior valor ou qualidade do que os originais.
Ao contrário do processo de reciclagem tradicional, que quebra materiais para criar novos produtos, o upcycling utiliza materiais intactos de forma inovadora, mantendo ou aumentando seu valor.
Durante o evento, as oficinas de upcycling permitirão aos participantes aprender técnicas atualizadas. Para aqueles interessados em participar do desfile, Jullia Thedesco revelou que o ensaio de maquiagem e cabelo foi realizado ontem, com a preparação feita pelos alunos do Senac.
“É uma prévia do que virá dia 26 (amanhã), quando apresentaremos um desfile com uma variedade de estilos e composições das peças dos bazares participantes”.
A iniciativa visa não apenas promover a moda sustentável, mas também sensibilizar o público sobre o potencial de transformação e criatividade no reaproveitamento de roupas usadas.
O expositor Gustavo Pacheco também enfatizou a importância de eventos como esse. “Cada peça tem uma história e uma oportunidade de ser reutilizada”, completou, ao lembrar que algumas instituições trabalham com grupos vulneráveis, como mulheres vítimas de violência doméstica, que fazem as peças como forma de terapia.
Todo o valor arrecadado com as vendas é revertido para tratamentos e aquisição de equipamentos.
Peças à venda
Tecido hospitalar
A “bolsa bag” utiliza tecidos de centro cirúrgico e hospitalares que não podem mais ser esterilizados. É vendida simbolicamente por R$ 15 e o valor arrecadado retorna ao Hospital Evangélico para custear tratamentos.
Vítimas de violência
No Instituto Manancial Mãos Unidas, frascos são transformados em aromatizadores, vendidos por R$ 44,99. Todo valor volta para tratamento de mulheres vítimas de violência doméstica.
Customização
Peças como puxa-sacos são confeccionadas a partir de doações de roupas. A customização desses itens transforma roupas antigas e sem uso em novos produtos úteis. É vendido por R$ 20.
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