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Cidades

Sugestões de melhorias para escolas de 78 cidades

Após identificação de problemas em colégios, Tribunal de Contas pede que prefeituras e governo do Estado corrijam irregularidades


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Uma proposta de adequação  das redes de ensino pretende estruturar e garantir igualdade na educação capixaba. As sugestões foram feitas e aprovadas pelo Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES) e visam corrigir irregularidades em escolas de ensino fundamental municipais e estaduais nas 78 cidades.

Entre os problemas identificados e coletados em 2020, está a alta quantidade de escolas sem bibliotecas. Em 29 redes do Estado, o que representa 66% das escolas de ensino fundamental, não existe oferta desse serviço.

O Tribunal de Contas do Estado identificou outros problemas estruturais. Entre eles, 41 escolas não possuem sanitários internos, 650 delas não contam com fornecimento de água potável e cerca de 980 instituições não estão ligadas à rede pública de esgoto. Além disso, problemas relacionados à disponibilização de servidores públicos foram citados. 

Cerca de 3.200 professores possuem vínculo com algum município e com o Estado e 1.010 atuam em dois municípios, o que acarreta questões de deslocamento para o trabalho e horários comprometidos de almoço e planejamento.

Imagem ilustrativa da imagem Sugestões de melhorias para escolas de 78 cidades
Rodrigo Coelho, vice-presidente do Tribunal de Contas, diz que foram criadas metas para prefeituras e governo Tribunal de Contas aponta melhorias para escolas de 78 municípios Na foto Rodrigo Coelho, conselheiro do TCES Foto: Leone Iglesias |  Foto: Leone Iglesias/AT

Para garantir melhores resultados de aprendizagem, padrões mínimos de qualidade na oferta do ensino, bom ambiente de educação e a valorização dos profissionais da educação, o Tribunal de Contas elaborou uma proposta apresentando soluções que corrijam os problemas identificados.

O conselheiro e vice-presidente do TCES, Rodrigo Coelho do Carmo, afirma que o Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) conta com quatro metas. 

Entre elas, estão eliminar a concorrência entre as redes básicas municipal e estadual, reordenar as redes de forma que Estado e municípios tenham o devido direcionamento de suas funções, definir o critério para a escolha dos diretores escolares e criar uma câmara de compensação para que servidores possam atuar em apenas um município, sem perdas financeiras.

"Queremos fazer uma oferta de ensino estruturada, melhorando a infraestrutura, oferecendo um padrão de qualidade para essa oferta, evitando o desperdício de recursos públicos e qualificando o acesso aos cargos que têm decisão, melhorando assim o ambiente para o ensino e aprendizagem", afirma Rodrigo.

RAIO-X DA EDUCAÇÃO

Os números de 2020

  • Ao todo, são 2.580 escolas de ensino fundamental em todo o Estado, sendo 433 estaduais e 2.147 municipais.
  • Além disso, dentro das 433 escolas estaduais, 101 estão situadas em zona rural e 332 em regiões urbanas.
  • Das escolas municipais, 800 estão em zona rural e 1.347 estão em áreas urbanas.
  • Quanto às matrículas, estavam matriculados 685.266 alunos no ensino fundamental, sendo 198.745 na rede estadual e 486.521 na rede municipal, em 2020.

Oferta e demanda de vagas 

  • No ensino regular, as escolas da rede estadual de ensino fundamental I ofertaram  30.610 vagas, sendo preenchidas apenas 25.390. Já no ensino fundamental II, foram 90.560 vagas ofertadas e apenas 75.034 preenchidas.
  • Na rede municipal, foram ofertadas 248.398 vagas ofertadas e 202.955 preenchidas para o ensino fundamental I. Além disso, foram 146.563 vagas ofertadas para o ensino fundamental II e 115.473 preenchidas.
  • Estes números mostram desperdício público e acúmulo de vagas não preenchidas.

Infraestrutura das escolas

  • Em todo o Estado,  foram identificadas 302 escolas com apenas uma sala de aula. Destas, 236 são multisseriadas (onde vários alunos de diferentes turmas compartilham o mesmo espaço) e 66 são regulares.
  • segundo parecer estabelecido pela Câmara de Educação Básica  do Conselho Nacional de Educação, a quantidade mínima para escolas urbanas de ensino fundamental é de 10 salas de aula. No caso das escolas rurais, o mínimo é de duas salas.
  • Quanto à presença de sanitários internos, 41 escolas em todo o Estado não contam com essa infraestrutura.
  • Foram identificadas 650 escolas que não possuem fornecimento de água potável, cerca de 25% do total.
  • Cerca de 980 escolas não estão ligadas à rede pública de esgoto (38%).
  • Apenas 42,7% das escolas possuem extintores e/ou hidrantes com mangueira, sinalização de emergência e luz de emergência. Além disso, apenas oito redes possuem em 100% de suas escolas e 28 redes não têm extintores em nenhuma  escola.
  • Apenas 16% das escolas possuem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros e 32 redes não possuem.
  • Foi identificado que 29% das escolas não possuem sala dos professores e 66% delas não contam com bibliotecas. Ainda sobre as bibliotecas, 29 municípios não possuem o serviço em nenhuma de suas escolas.

Profissionais

  • Cerca de 3.200 professores possuem vínculo com algum município e com o Estado e 1.010 atuam em duas prefeituras, o que acarreta  deslocamento para o trabalho e horários comprometidos de almoço e planejamento.

As soluções

  • Para garantir a melhor aprendizagem, padrões mínimos de qualidade na oferta do ensino, bom ambiente de educação e a valorização dos profissionais da educação, o Tribunal de Contas elaborou uma proposta apresentando soluções.
  • Entre as metas estão o fim da concorrência entre as redes da educação municipal e estadual, o reordenamento das redes, os critérios mínimos para a escolha de diretores escolares e a criação de uma câmara de compensação para que servidores possam atuar em apenas uma rede de ensino, sem perdas financeiras para os profissionais.
  • Os municípios terão prazos para apresentar seus planos de ações ao Tribunal de Contas, com entrega final até o final de 2024.

Fonte: Tribunal de Contas do Estado.

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